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O ‘jeito latino’ de fazer jogos: a visão de David Lucio, da Latin American Games Showcase

Uma conversa sobre identidade cultural, criatividade e os desafios de transformar a América Latina em referência global nos games.

30 abr 2025 - 09h54
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David Lucio, fundador da Latin American Games Showcase
David Lucio, fundador da Latin American Games Showcase
Foto: Divulgação

Com o crescimento acelerado da indústria de games na América Latina, iniciativas como a Latin American Games Showcase (LAGS) têm ganhado destaque por seu papel fundamental na promoção de desenvolvedores independentes da região. Conversamos com David Lucio, fundador da LAGS, para entender melhor a importância da visibilidade global, os avanços da indústria nos últimos anos e os próximos passos desse movimento que vem transformando o cenário latino-americano de jogos.

Game On - A Latin American Games Showcase surgiu com o objetivo de dar visibilidade a projetos da região. Na sua visão, qual a importância de ter um espaço como a gamescom latam para reforçar esse protagonismo latino-americano no mercado global?

David Lucio - A visibilidade sempre foi um dos nossos maiores desafios como indústria, então com certeza que showcases como o nosso e plataformas como a gamescom latam são essenciais. Elas fazem uma grande diferença, ajudando nossos projetos a alcançar públicos internacionais. Dito isso, também precisamos fortalecer a visibilidade na América Latina. Apresentar nossos jogos aos jogadores locais não só ajuda a construir um mercado próspero, como também inspira a próxima geração de talentos na região.

Game On - Quais países da América Latina você considera que têm se destacado de forma mais consistente no desenvolvimento de jogos nos últimos anos? Há alguma característica em comum entre os estúdios que vêm ganhando espaço?

David Lucio - Todos nós ainda temos espaço para crescer, mas o Brasil é, sem dúvida, um rolo compressor na região; quase um ecossistema à parte. A escala, a criatividade e o forte apoio governamental e institucional o destacam. Além do Brasil, os países que se destacam consistentemente em volume e qualidade são México, Chile e Argentina. Quando olhamos para os principais títulos desses países, o que sobressai é a diversidade de gêneros e abordagens, mas também uma sensibilidade artística compartilhada que confere aos nossos jogos um toque único.

Game On - Você poderia citar alguns dos projetos ou jogos latino-americanos que mais chamaram atenção? O que diferencia esses títulos?

David Lucio - Vários títulos notáveis surgiram nos últimos anos: Arranger (Argentina), Cris Tales (Colômbia), Despelote (Equador), Pocket Bravery (Brasil) e 9 Years of Shadows (México), para citar alguns. O que faz esses jogos se destacarem é a direção de arte, a ambição narrativa e a ousadia criativa. Eles não apenas seguem tendências, mas também trazem algo distinto, muitas vezes moldado pela cultura e pelas experiências vividas de seus criadores.

Game On - O que você destacaria como o maior avanço da indústria de games latino-americana na última década? E, por outro lado, qual ainda é o principal gargalo para o crescimento sustentável do setor por aqui?

David Lucio - O maior avanço foi a ascensão do desenvolvimento independente. Com ferramentas e plataformas de distribuição mais acessíveis do que nunca, vimos um aumento repentino de criadores talentosos em toda a região usando os jogos como uma poderosa válvula de escape criativa. Quinze anos atrás, falar sobre uma indústria de jogos latino-americana poderia parecer uma ilusão; agora, é uma realidade vibrante. Dito isso, ainda enfrentamos grandes desafios para alcançar um crescimento sustentável, especialmente em termos de visibilidade e acesso a financiamento. Mas estou otimista, estamos caminhando na direção certa.

Game On - Pensando em diversidade cultural, estética e narrativa: o que os jogos latino-americanos têm de único para oferecer ao mundo? Existe um “jeito latino” de fazer game design?

David Lucio - Acabamos de encerrar nossa primeira Game Jam, e um dos nossos objetivos era explorar exatamente isso: como nossa identidade latino-americana se manifesta nos jogos que criamos. O que descobrimos é que essa identidade se manifesta com mais força quando é orgânica. O "jeito latino" de design de jogos não é rígido nem estereotipado — é flexível, surpreendente e vibrante. Pode ser tão sutil quanto a sensação de morder uma manga ou tão específico quanto a experiência de desviar de uma chinelada. Essas texturas culturais se infiltram em nossa narrativa e design, muitas vezes inconscientemente, e tornam nossos jogos mais autênticos e memoráveis.

Game On - Por fim, quais os próximos passos da LAGS e que tipo de impacto vocês ainda esperam causar no cenário da América Latina nos próximos anos?

David Lucio - Já estamos focados em iniciativas que acreditamos ter impacto a longo prazo: criar espaços acadêmicos e de networking por meio de Game Jams, Pitch Days, programas de mentoria e parcerias com o ecossistema criativo em geral. Nosso objetivo é construir uma plataforma sustentável que não apenas exiba jogos, mas também apoie carreiras — uma base que ajude talentos a crescer e prosperar em toda a região.

A força dos jogos latino-americanos em foco

A conversa com David Lucio reforça o potencial criativo e cultural dos jogos latino-americanos. A Latin American Games Showcase é uma vitrine de títulos promissores, funcionando como uma ponte entre talentos, comunidades e oportunidades em escala global. À medida que a gamescom latam se consolida como um palco estratégico para a região, iniciativas como a LAGS ganham ainda mais relevância — não apenas como promotoras de visibilidade, mas como pilares de uma indústria que pulsa com identidade, inovação e paixão.

Fonte: Game On
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