Nintendo investiga denúncias de assédio em filial nos EUA
Presidente da Nintendo of America emitiu um comunicado interno após reportagem do Kotaku relatar mais de uma década de casos de assédio moral e sexual
Doug Bowser, presidente da Nintendo of America (NoA), enviou uma mensagem interna aos funcionários na quarta-feira (17) declarando ter conhecimento da reportagem do site Kotaku, que compilou denúncias de assédio moral e sexual com mulheres terceirizadas na filial norte-americana da empresa do Mario.
No comunicado, Bowser afirma acompanhar a "cobertura da mídia envolvendo reclamações feitas sobre a conduta dos trabalhadores". O presidente comprometeu-se a investigar alegações reportadas e quaisquer outras que tomar conhecimento.
A mensagem interna compartilhada pelo Kotaku foi transmitida por uma fonte anônima que trabalha na NoA. O comunicado de Doug Bowser foi postado em uma conta interna no SharePoint da empresa. O Kotaku também confirmou a autenticidade da mensagem com dois outros funcionários atuais da Nintendo.
"Temos políticas rígidas projetadas para proteger nossos funcionários e associados de condutas inadequadas e esperamos total conformidade com essas políticas por todos os que trabalham conosco ou para nós", escreveu Bowser.
"Se você vivenciou, presenciou ou testemunhou algo relacionado a tal comportamento que seja contrário aos nossos Padrões de Conduta, manual do funcionário ou Valores da Empresa, entre em contato imediatamente com o RH", pontuou o presidente.
Denúncias de assédio atingem a Nintendo
A mensagem de Bowser foi postada no mesmo dia em que uma reportagem compilou uma série de relatos de abuso moral e sexual contra funcionárias terceirizadas que prestavam serviços para o setor de testes do escritório americano da Nintendo, localizado em Redmond, em Washington.
Os relatos descrevem o ambiente da NoA como uma "casa de fraternidade", em que gerentes promoviam ambiente salarial desigual entre gêneros e naturalizavam investidas amorosas de funcionários contratados com terceirizadas.
Entre os casos, um executivo contratado da NoA pediu que um funcionário perguntasse a cor da calcinha de uma colega, enquanto uma terceirizada assumidamente lésbica ouviu que sua sexualidade era "muito triste" de um superior.
Os casos da NoA aconteceram em meio a outros escândalos do gênero, como as denúncias que destacaram ambientes tóxicos em outras desenvolvedoras, como Activision Blizzard e Ubisoft.
Em meio aos casos, o presidente da NoA condenou as alegações de assédio sexual "angustiantes e perturbadoras". A Nintendo não comentou oficialmente sobre o assunto.
Fonte: Kotaku
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