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Como Forza Motorsport voltou ao básico para revolucionar franquia

Física renovada, foco nos joysticks e uma acessibilidade maior do que nunca são apenas alguns dos elementos da revolução apresentada em Forza Motorsport

6 out 2023 - 16h04
(atualizado às 19h58)
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A ausência do número no título de Forza Motorsport indica o caminho que o novo game desejou seguir. É tudo novo e um foco renovado para uma das séries mais clássicas da marca Xbox, em um de seus maiores lançamentos de 2023. Toda essa revolução, porém, se deu com um retorno às origens e às bases fortes que a tornaram um dos marcos do automobilismo nos games.

Foto: Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech / Canaltech

É o que o designer e diretor criativo do game, Dan Greenawalt, chama de "Forza Feel", o estilo que virou característica da franquia. Em 2005, quando o Forza Motorsport original chegou às lojas, os elementos fundamentais da nova versão já estavam firmados. O mundo mudou, mas esse "jeitão" permaneceu e, no lançamento mais recente, surge mais forte do que nunca.

"A ideia básica [do game] é iniciar com um carro básico e construir seu estilo a partir dele. Habilidade e competitividade estão no coração da experiência", explica Greenawalt em entrevista ao Canaltech. Enquanto passa por diferentes disciplinas do mundo da velocidade, o usuário também evolui suas próprias habilidades, em um ciclo que se traduz na evolução dupla que vemos no novo título, em que jogador e veículo têm barras de experiência diferentes.

Quando Greenawalt e a equipe da desenvolvedora Turn 10 decidiram reformular Forza Motorsport, a primeira pergunta foi: como fazer com que os jogadores de qualquer nível de habilidade desafiem a si mesmos e extraiam o máximo dos carros? Muitas respostas podem ser dadas e a produtora teve de escolher algumas para se focar.

Acessibilidade com A maiúsculo

O primeiro passo foi dividir um conceito que normalmente se confunde, mas cuja separação foi fundamental para a Turn 10. Para Greenawalt, essa primeira marcha foi criar uma divisão entre acessibilidade e amigabilidade. Ou seja, fazer com que o título pudesse ser jogado em alto nível por, literalmente, qualquer um, desde PcDs até usuários que jamais tocaram em um jogo de corrida, mas sem esquecer também dos veteranos de franquia e do automobilismo virtual.

Ao topar a missão de reformular a franquia Forza Motorsport, a desenvolvedora Turn 10 focou primeiro na engine física do game (Imagem: Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech)
Ao topar a missão de reformular a franquia Forza Motorsport, a desenvolvedora Turn 10 focou primeiro na engine física do game (Imagem: Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech)
Foto: Canaltech

Na visão do diretor criativo, o compromisso com a física se tornou o principal aspecto, o que acabou motivando uma reconstrução da tecnologia responsável por esse fator. Tudo, desde a sensação do carro no asfalto até a degradação dos pneus, foi refeito para Forza Motorsport. "A engine está no centro dessa cebola que, se você morder, te fará chorar", explica o designer.

O time contou com a ajuda de pilotos de corrida para encontrar a base certa e absolutamente imperdoável que serve como fundação para cada corrida. O game pode se comportar como um simulador dos mais rígidos, no quesito físico, mas ao mesmo tempo, a equipe de produção se preocupou em adicionar elementos que tornassem as coisas mais amigáveis.

Camadas como as assistências de pilotagem, tecnologias como freios ABS, controle de tração e a forma como elementos climáticos alteram a dirigibilidade são exemplos. Acima deles, também estão recursos como o Blind Driving Assist e também uma experiência desenvolvida de forma dedicada a quem joga no joystick, que transforma os inevitáveis toques no analógico na hora de fazer curvas com um movimento sutil e pronunciado na tela, adicionando uma precisão que tenta se aproximar do volante.

Chris Esaki, também diretor criativo de Forza Motorsport, compara o que foi feito aqui, com o automobilismo digital, ao que a Bungie fez no primeiro Halo, ao converter as dinâmicas de tiro tradicionais do PC para o controle do Xbox. "O coração de Forza é a simulação profunda e autêntica, mas com uma camada de acessibilidade e amigabilidade que permitem a qualquer um, simplesmente, jogar."

Os irmãos mais novos da família Forza

O panorama do mercado atual de consoles também ajudou a Turn 10 a encontrar o caminho da renovação em Forza Motorsport. Afinal de contas, lá se vão 18 anos desde o lançamento do primeiro game e, hoje, falamos de uma Microsoft focada em atingir o maior número de pessoas possível, com diferentes opções na linha Xbox Series X|S, o serviço de assinaturas Game Pass e os jogos na nuvem, que funcionam até em televisores da Samsung.

Com Forza Horizon focado na exploração e no colecionismo, Turn 10 preferiu voltar Forza Motorsport à competitividade, gerando conexão entre jogadores e carros utilizados nas pistas (Imagem: Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech)
Com Forza Horizon focado na exploração e no colecionismo, Turn 10 preferiu voltar Forza Motorsport à competitividade, gerando conexão entre jogadores e carros utilizados nas pistas (Imagem: Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech)
Foto: Canaltech

Por uma coincidência do destino (ou não), essa pluralidade combinou perfeitamente com a ideia de expandir as mecânicas do game para qualquer um. Neste contexto, experiências de suporte a Forza Motorsport 7 e outros títulos do Xbox Game Studios, com caudas longas de liberação de conteúdo, também serviram para mostrar que, hoje, a experiência com um game não pode acabar apenas no pacote inicial.

A divisão da própria franquia, entretanto, foi o fator fundamental aqui. Ao longo de cinco títulos, a série Forza Horizon firmou seus pés na exploração de mundos, nas corridas casuais e no colecionismo de veículos, o que fez com que a decisão de fazer de Motorsport um simulador acessível se tornasse mais brilhante e interessante do que nunca, dando mais poder às mudanças de mecânicas que estavam sendo aplicadas.

Os avanços em iluminação e física vistos em Forza Motorsport também podem dar as caras em Halo, assim como os ciclos de dia e noite de Forza Horizon 5 aparecem no novo game (Imagem: Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech)
Os avanços em iluminação e física vistos em Forza Motorsport também podem dar as caras em Halo, assim como os ciclos de dia e noite de Forza Horizon 5 aparecem no novo game (Imagem: Captura de tela/Felipe Demartini/Canaltech)
Foto: Canaltech

O compartilhamento de conhecimento entre diferentes estúdios também ajudou no processo. Os ciclos climáticos que vemos em Forza Motorsport, por exemplo, fizeram sua estreia em Forza Horizon 5, enquanto os avanços envolvendo ray tracing e a física do novo game darão as caras, pasmem, no vindouro Fable. O RPG também usará o motor gráfico ForzaTech, citado por Greenawalt como o "molho especial" que faz tudo funcionar.

Em um mercado de games dominado pelos esports, as ideias fundamentais de habilidade e competição estão em todos os lugares e o designer não esconde a empolgação ao falar sobre isso. "Hoje, temos uma audiência mais apaixonada do que nunca. Esse novo clima nos deu mais confiança para seguir com o trabalho", completa.

O resultado chegou nesta semana aos jogadores que adquiriram o pacote premium de Forza Motorsport, com cinco dias de acesso antecipado. O restante dos pilotos passa a integrar o grid a partir de 10 de outubro, quando o título chega em versões PC e Xbox Series X|S, com disponibilidade também no Xbox Game Pass.

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