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Vôlei

Família e viúvo de Walewska, campeã pela seleção brasileira de vôlei, disputam herança de 23 imóveis

Parentes da jogadora, morta em setembro após cair do 17ª andar do apartamento onde morava, citam traições e afirmam que marido é 'indigno' de exercer a função de inventariante

28 nov 2023 - 11h09
(atualizado às 11h22)
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Familiares de Walewska Oliveira, campeã olímpica com a seleção brasileira de vôlei morta em setembro, aos 43 anos, estão em disputa com Ricardo Alexandre Mendes, viúvo da jogadora, pelo posto de inventariante da herança deixada pela atleta. A pessoa determinada a exercer a função será a responsável por listar todos os bens e o nome dos herdeiros do patrimônio da atleta.

Walewska ao lado da mãe, Aparecida, e do pai, Geraldo
Walewska ao lado da mãe, Aparecida, e do pai, Geraldo
Foto: Reprodução/Instagram/walewska.oliveira / Estadão

Segundo o portal Uol, Walewska possuía 23 apartamentos e aplicações em dinheiro até 2019. Como ela não deixou testamento, o inventariante por direito é Ricardo, com quem a atleta foi casada por 20 anos. Ele havia pedido a separação pouco antes da morte da jogadora, mas o processo de divórcio não chegou a ser concluído. Não há um valor do patrimônio da atleta.

Carreira de Walewska

Natural de Belo Horizonte, Walewska começou sua carreira profissional no vôlei em 1995, atuando pelo Minas Tênis Clube, equipe na qual ficou até 1998, quando foi convocada pelo técnico Bernardinho pela primeira vez para a seleção brasileira. Ela tinha apenas 19 anos. A jogadora conquistou medalha de ouro com a seleção brasileira nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999. No ano seguinte, a central ajudou o Brasil a ficar com o bronze na Olimpíada de Sydney.

Depois de um período longe da seleção, ela voltou a ser convocada pelo técnico José Roberto Guimarães e fez parte do time que ficou com o quarto lugar nos Jogos de Atenas, em 2004. Walewska trabalhou com os dois grandes treinadores do vôlei brasileiro: Zé Roberto e Bernardinho. Ambos lamentaram a morte da atleta, bem como outras personalidades e entidades esportivas. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) afirmou que Walewska era uma "jogadora especial" e que sua trajetória no esporte será "sempre lembrada e reverenciada".

Depois que se aposentou, Wal, como era chamada, passou a ser "especialista em liderança e alta performance", como ela mesmo se descrevia, e lançou a biografia Outras Redes, o documentário O Último Ato e? o podcast OlympicMind. Publicada em janeiro deste ano, a biografia, cujo prefácio foi escrito por Bernardinho, conta as memórias e desafios que a jogadora enfrentou na vida e no vôlei, ao qual se dedicou por 30 anos.

Dias antes de morrer, ela visitou o centro de treinamento do Palmeiras e conheceu o técnico Abel Ferreira, com o qual trocou livros e experiências. O treinador disse ter sido uma "honra extraordinária" conhecer a atleta, eleita melhor central do mundo em 2008. Como todos, ele recebeu com incredulidade a notícia da morte da jogadora.

Estadão
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