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Motociclismo

Yamaha descarta mudança para V4 na MotoGP: "Restrição não é formato do motor"

Em entrevista ao site britânico Crash.net, Lin Jarvis confirmou que a Yamaha optou por seguir com o propulsor de 4 cilindros em linha, já que entende que é possível encontrar a performance de que necessita com este tipo de configuração

15 dez 2022 - 06h01
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A Yamaha vai manter a tradicional configuração de motor na MotoGP
A Yamaha vai manter a tradicional configuração de motor na MotoGP
Foto: Yamaha / Grande Prêmio

Depois de surpreender com uma sinalização de que poderia trocar o motor para o mais popular V4, a Yamaha garantiu que seguirá usando o quatro cilindros em linha na MotoGP em 2023. De acordo com Lin Jarvis, diretor da casa de Iwata, o formato do motor não é uma restrição ao bom desempenho.

A performance da YZR-M1 foi limitada pelo motor na temporada 2022, especialmente por causa da força das Ducati. Ainda que Fabio Quartararo tenha liderado a maior parte do campeonato, o francês teve dificuldade para brigar com as Desmosedici e acabou perdendo o título para Francesco Bagnaia, que encerrou 15 anos de jejum para a marca de Borgo Panigale.

A YZR-M1 será a única moto com motor de quatro cilindros em linha em 2023
A YZR-M1 será a única moto com motor de quatro cilindros em linha em 2023
Foto: Yamaha / Grande Prêmio

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"Foi uma temporada cheia em muitos aspectos — dentro e fora da pista também", disse Jarvis em entrevista ao site britânico Crash.net. "Começamos o ano sabendo que não teríamos a atualização significativa de potência, velocidade e performance que esperávamos", seguiu.

Por conta da pandemia de Covid-19, a MotoGP optou pelo congelamento dos motores nas temporadas 2020 e 2021, o que impediu o desenvolvimento. Além disso, o início do campeonato de 2020 foi marcado por uma polêmica, com a montadora punida pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) por usar propulsores fora da especificação homologada no GP da Espanha, abertura do campeonato. Por causa disso, a casa japonesa perdeu 50 pontos no Mundial de Construtores e 20 no Mundial de Equipes — a satélite SRT perdeu 37 na disputa dos times.

Na época da sanção, a FIM não detalhou qual era a infração e nem a equipe, mas ficou subentendido que a Yamaha tinha deliberadamente substituído das válvulas do motor pós-homologação. Foi só no fim daquele ano que Jarvis detalhou o que classificou como um "grande mal-entendido".

De acordo com o dirigente, o fornecedor usado pela Yamaha parou de fabricar as válvulas, o que fez com que ela tivesse de buscar um novo. Na avaliação da equipe, as peças eram idênticas e não ofereciam diferença de performance, mas o regulamento determina que um único fornecedor deve ser utilizado, o que acarretou na punição. Neste contexto, as decisões tomadas pela marca refletiram no desempenho.

"Com a Covid, ficamos presos por, efetivamente, duas temporadas com um motor congelado. Isso fez com que não pudéssemos ter atualizações para 21", relembrou Jarvis. "Aí, em 2022, você, basicamente, abre as comportas. Nós estávamos muito ocupados desenvolvendo o motor de 22 com um nível diferente de performance em termos de potência", detalhou.

"No fim, porém, é sempre uma questão de avaliar o ganho de performance versus o fator confiabilidade e, se você não tem a confiabilidade 100% garantida, então você precisa hesitar", ponderou.

Sem garantias de que o novo motor não teria quebras e vindo de problemas com válvulas, a marca dos três diapasões optou pelo conservadorismo.

"Basicamente, naquele momento, tomamos a decisão de evitar qualquer risco e, então, decidimos, digamos que não usar o mesmo motor [de 2021], mas ficar com um mesmo nível conservador de performance [em 2022] para ter certeza de que preservaríamos a confiabilidade. Foi isso que aconteceu", explicou.

A opção, porém, deixou a Yamaha em uma posição de muita fragilidade. A M1 não quebrou, é verdade, mas sofreu para ser competitiva contra as Ducati, que contam com um motor bastante mais potente. Em dificuldade para ser competitivo, Quartararo ameaçou deixar a equipe, mas foi convencido a ficar com a promessa de que os japoneses investiriam na evolução do motor.

Parte do investimento foi a contratação de Luca Marmorini, ex-chefe de motores da Ferrari na Fórmula 1.

"Depois que essa decisão foi tomada — tudo aconteceu mais ou menos no mesmo momento —, entendemos que precisaríamos mudar a maneira que encarávamos o design do motor e o desenvolvimento para o futuro", assumiu Lin. "Foi quando começamos o contato com Luca Marmorini e a equipe de engenheiros italianos. Mudamos nossa organização no Japão ao integrar esse grupo italiano. A meta é dar um grande passo no próximo ano", frisou.

Questionado sobre qual o pedido que Marmorini recebeu da Yamaha, Jarvis respondeu: "Potência, por favor!".

"A primeira coisa que eles tinham a fazer era entender o que nós tínhamos. Pois [o pacote] que temos está em um nível muito, muito alto: segundo no campeonato e liderando a maior parte do ano", destacou. "Apesar da falta de performance, talvez, que estejamos enfrentando — estávamos no jogo, competitivos. Então precisamos entender exata e precisamente o que temos e aí olhar para cada uma das áreas, usando a nossa expertise e o ponto de vista externo deles, para encontrar o que podemos fazer para melhorar aquilo que já está em um alto nível", considerou.

"Não sou engenheiro, então não posso realmente entrar em todos os detalhes, ainda que entenda a maioria deles, mas existem muitas áreas e muitas coisas diferentes que podemos fazer para extrair o máximo de performance de um motor. Eles estão mais ocupados com isso do que qualquer outra coisa, checando todas as áreas, para tentar otimizar para o futuro", frisou.

Em meados da temporada, Kazutoshi Seki, líder do projeto da M1 na MotoGP, surpreendeu ao dizer que a Yamaha poderia considerar abandonar o tradicional motor de quatro cilindros em linha em favor dos V4, que são usados por todas as demais concorrentes — com exceção da Suzuki, que abandonou o Mundial de Motovelocidade no fim de 2022. Agora, contudo, Jarvis garante que a configuração do propulsor seguirá nos moldes tradicionais da casa de Iwata.

"Decidimos seguir com o quatro em linha. Com a saída da Suzuki, somos a única fábrica a continuar com isso, mas temos muito conhecimento e expertise com o quatro em linha e, na nossa opinião, a restrição não é o formato do motor", disse Lin. "Claro, cada tipo de motor tem características diferentes. Mas o quatro em linha em si ainda tem muita margem de desenvolvimento. É com isso que estamos ocupados no momento", destacou.

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