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Técnico do Linense conta trajetória marcada por episódio de racismo

Edivan Coelho, que trabalha na categoria Sub-20 do Elefante, disse que chegou a escutar que 'teria de ser muito melhor que um treinador branco' para ter oportunidades

11 dez 2019 - 13h29
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No duelo entre gigantes do futebol mundial na Premier League, Manchester United e Manchester City, no sábado (7), o volante brasileiro Fred sofreu gestos racistas de um torcedor dos citizens no Etihad Stadium. Infelizmente, esse foi apenas um nos tantos casos que acontecem diariamente nos gramados.

Foto: Divulgação
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Foto: Lance!

Treinador do time sub-20 do Linense-SP, Edivan Coelho lida com casos de discriminação racial desde quando decidiu ser um técnico profissional.

- No começo tive algumas decepções porque não imaginava que no futebol, com tantos ídolos negros, tinha racismo tão exposto. Trabalhei em um clube com uma pessoa que não gostava de mim e eu não entendia o porquê. Depois me falaram que ele não gostava de negro e nem nordestino. Fiquei muito decepcionado, mas não me importei. Não fiquei me vitimizando, apenas continuei trabalhando - falou.

Em um cenário nacional com tantos ídolos negros e figuras tão importantes para o futebol como Pelé, Robinho, Dida e Rincón, Edivan Coelho luta diariamente por seu espaço na beira do gramado. Em preparação para a sua segunda Copa São Paulo de Futebol Júnior, o treinador do time de Lins disse que tudo é uma etapa e tem a convicção de que chegará longe:

- Eu tenho meu objetivo e mesmo que falam que será difícil eu estou trabalhando. Nunca foi fácil e não quero nada fácil também, quero chegar ao meu objetivo por merecimento. Não me importo com a opinião dos outros, tenho meu objetivo, sigo nele e nunca desisti. O tempo que as pessoas param para reclamar poderiam estar 10 degraus a frente então não para para lamentar, sigo trabalhando.

- No começo do trabalho escutei que não chegaria a ser um grande treinador porque os clubes podem não me dar oportunidades. Falaram que para eu chegar e para me dar uma oportunidade eu tenho que ser muito melhor do que um treinador branco. Se é isso vou procurar ser 10 vezes melhor, sempre quero ser o melhor em tudo e na minha profissão não é diferente. Quero sempre o topo e por isso eu tento aprender com os grandes. Fiz estágios com vários treinadores que são referência no futebol brasileiro - concluiu.

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