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Cabral admite que comprou votos para Olimpíada no Rio

Ex-governador do Rio de Janeiro afirmou que ex-presidente do COB, Nuzman, o indicou como intermediador da negociação

4 jul 2019 - 16h14
(atualizado às 16h47)
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O ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral admitiu envolvimento na compra de votos da Olimpíada Rio-2016. Nesta quinta-feira, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, Cabral afirmou que o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, indicou o presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack, para que ele intermediasse a compra de votos para trazer a Olimpíada para o Rio.

Segundo Cabral, houve ligação com um ex-diretor de operações do Rio-2016 com Lamine Diack e o filho dele Papa Diack, que serão interrogados no país em que residem. Com a proposta, o Rio ganharia de 5 a 6 votos pelo custo de 1 milhão e meio de dólares (na cotação atual seria aproximadamente R$ 6 milhões).

Cabral pretende colaborar com as investigações da Operação da Lava-Jato (Foto: Reprodução)
Cabral pretende colaborar com as investigações da Operação da Lava-Jato (Foto: Reprodução)
Foto: LANCE!

"Eu não sabia qual seria a repercussão de um núcleo europeizado muito forte [na votação]. Nessa natureza, o Nuzman vira pra mim e me fala: 'Sérgio, quero te abrir que o presidente da IAAF, lamine Diack, ele é uma pessoa que se abre pra vantagens indevidas", contou ao depoimento.

Além disso, o ex-governador perguntou a Nuzman de onde viriam os votos e como garantiriam a vitória. Segundo Cabral, o ex-presidente do COB teria respondido que viriam de membros africanos do comitê e de representantes do atletismo. Ainda de acordo com o ex-governador, entre os votos comprados está o do nadador Alexander Popov, quatro vezes medalhista olímpico.

Cabral também revelou que o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (hoje no DEM, na época no MDB) e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer (MDB) sabiam na negociação.

Vale lembrar que além de Sérgio Cabral, o empresário Arthur Soares Filho (o Rei Arthur) e ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Carlos Arthur Nuzman, foram denunciados por corrupção devido à suspeita de compra de votos.

Segundo a MPF, Cabral, Nuzman e Gryner solicitaram diretamente a Arthur o pagamento de US$ 2 milhões para Papa Diack, que garantiria os votos para o Rio de Janeiro sediar os Jogos Olímpicos.

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