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Os Javalis Selvagens: as histórias dos garotos que saíram da caverna

Resgate de time de crianças tailandesas foi finalizado nesta terça-feira. Alguns dos garotos sonham com a seleção do país. Eles têm convite da Fifa para ver a final da Copa do Mundo

10 jul 2018 - 12h18
(atualizado às 15h06)
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A Copa do Mundo da esperança tem um campeão. O time de futebol amador tailandês Moo Pa, ou Javalis Selvagens, foi resgatado com vida do complexo de cavernas de Tham Luang, em Bangkok, capital da Tailândia, nesta terça-feira - após ter entrado no local no dia 23 de junho, para uma trilha no intervalo de um treino. O treinador assistente Ekkapol Chantawong, de 25 anos, decidiu levar 12 rapazes da equipe, de 11 a 16 anos, para uma curta caminhada. Eles já conheciam a região, mas foram surpreendidos por uma tempestade, que inundou os túneis do complexo de cavernas. O volume de água foi grande e deixou o time preso, praticamente sem comida e na escuridão. Foram dias de drama e o mundo se uniu, pelas internet, numa corrente pelos jovens "javalis".

Durante os três dias de resgate, os responsáveis pelas operações optaram por não divulgar os nomes dos garotos do time que estavam saindo da caverna - em respeito aos familiares. No entanto, agora que o resgate foi concluído, a história de cada um dos jovens veio à tona. Os pequeninos foram convidados pela Fifa para ver a final da Copa do Mundo, na Rússia, mas não poderão ir por questões de saúde, já que precisam se recuperar com calma dos dias dentro da caverna. Há toda uma cautela sobre o contato dos garotos com a luz e existe até a chance de eles sequer poderem ver a decisão do Mundial pela televisão.

- Eles estão na fase de quarentena. Vamos tentar fazer, dentro de suas condições, com que vejam pela televisão - declarou Thongchai Lertwilairattanapong, integrante do Ministério de Saúde Pública da Tailândia.

CONVITE DA FIFA ENVIADO PARA A ASSOCIAÇÃO TAILANDESA DE FUTEBOL

Arte com técnico assistente e garotos que estavam presos em caverna (Imagem: Reprodução de internet)
Arte com técnico assistente e garotos que estavam presos em caverna (Imagem: Reprodução de internet)
Foto: Lance!

E quem faz parte do time? Conheça o elenco que ganhou o coração do mundo:

GOLEIROS

Ekkarat Wongsookchan - 14 anos

O goleiro do time é Ekkarat Wongsookchan, apelidado como Bew. Ekkarat tem evoluído como goleiro ao longo dos últimos anos, fruto de sua personalidade disciplinada. No final de cada sessão de treinamento, ele é o responsável por guardar os uniformes da equipe.

Ekkarat é conhecido por sua disciplina (Foto: Reprodução de internet)

Pipat Bodhi - 15 anos

Seu apelido é Nick. Ele não fazia parte do time até 23 de junho, dia do ocorrido na caverna. Pipat entrou na equipe para passar um tempo ao lado de Ekkarat Wongsookchan, seu grande amigo.

Prajak Sutham - 14 anos

Conhecido como Note, ocasionalmente joga na gol quando não está no meio-campo. Ele joga futebol há dois anos. "Estou seguro, não se preocupem. Amo vocês, mamãe, papai e todo mundo", escreveu em carta antes do resgate.

NA DEFESA

Panumas Saengdee - 13 anos

Apelidado como Mick, é conhecido em sua região como um "defensor ideal" por conta de sua força e movimentação. Às vezes joga como atacante, dada sua aptidão física. Dizem que ele joga tão bem quanto um garoto de 15 anos.

Panumas: força que chama a atenção (Foto: Reprodução de internet)

Phornchid Kamluang - 16 anos

Conhecido como Tee, acalmou a família em sua carta antes do resgate: "Não se preocupem, estou muito feliz".

NO MEIO-CAMPO

Adul Samon - 14 anos

Único no grupo de garotos a falar inglês, foi o responsável por se comunicar com os mergulhadores britânicos que os encontraram. Seu domínio do inglês gerou admiração na Tailândia, onde menos de 30% da população fala a língua. "Ele é bom tanto nos estudos quanto no esporte. Ele trouxe para a escola várias medalhas e certificados", disse à AFP o diretor da escola onde Adul estuda, Phunawhit Thepsurin. Adul Samon também fala - além do tailandês e do inglês - birmanês e chinês. Ele é refugiado de uma área com conflito armado e vive desde os sete anos longe dos pais, que mandaram o garoto para a capital do país - onde foi acolhido por casal de professores membros de uma igreja.

Adul Samon (à direita), na caverna (Foto: Reprodução de internet)

Peerapat Sompiangjai - 16 anos

Apelidado como Night, completou 16 anos no dia 23 de junho, quando o time ficou preso na caverna. Em entrevista à CNN, a irmã do garoto, Phanphatsa - de 17 anos, disse que prepararia ao irmão um outro bolo de aniversário, além de todas as suas comidas favoritas. Os pais de Peerapat dormiram todos os dias na entrada da caverna desde o começo do drama.

Sompong Jaiwong - 13 anos

Apelidado como Pong, quer um dia jogar pela seleção da Tailândia. "É um menino alegre, que gosta de todos os esportes. Seu sonho é jogar pela seleção tailandesa", comentou à AFP o professor do garoto, Manutsanun Kuntun.

NO ATAQUE

Duangpetch Promthep - 13 anos

Conhecido como Dom, é o capitão da equipe. Seus amigos dizem que ele tem as qualidades de um bom líder e grande senso de humor. Dom já foi chamado para treinar por dias em dois clubes, o Sukhothai FC e o Chiangrai United FC.

Duangpetch é o líder do time (Foto: Reprodução de internet)

Chanin Wiboonrungrueng - 11 anos

Mais jovem do grupo, ele joga futebol há cinco anos e defende os Javalis Selvagens há três. Seu sonho é seu um jogador de futebol profissional.

Nattawut Takamsai - 14 anos

O terceiro atacante tem o apelido de Tle. Em carta, ele tranquilizou os familiares: "Sinto falta de vocês, mamãe e papai. Amo vocês. Não se preocupem, posso cuidar de mim mesmo".

SUPORTE AO TIME

Mongkol Boonpium - 14 anos

Conhecido como Mark, é um colaborador do time. O jornal esportivo da Tailândia "Siamsport" informou que Mark joga futebol desde que ele estava no jardim de infância e ama tanto o esporte que quase sempre usa uma camisa de futebol. Seu time favorito é o Muangthong United, time líder da Liga Tailandesa. Ele também gosta de nadar e andar de bicicleta.

TREINADOR ASSISTENTE

Ekkapol Chantawong - 25 anos

Ex-monge budista, Ake - como é conhecido - já havia visitado cavernas em outras ocasiões e é visto como cuidadoso com as crianças. Ake perdeu os pais quando tinha dez anos e deixou de ser monge para tomar conta da avó doente. Abriu mão de comer o pouco que tinha na caverna para dar aos jovens, deixando aos garotos também grande parte da água que pingava da caverna. Ele ensinou as crianças a meditar e a conservar o máximo de energia possível.

Ekkapol ensinou as crianças a meditar (Foto: Reprodução de internet)

VEJA O ÚLTIMO TREINO DO TIME ANTES DO OCORRIDO

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