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Mundial de surfe chega ao Havaí com muito em jogo para brasileiros

Além de três surfistas do país na disputa pelo troféu de campeão mundial, as etapas havaianas valem mais vagas na elite. Rio Grande do Norte pode coroar dois campeões

13 nov 2019 - 07h01
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Depois de dez etapas, o World Championship Tour (WCT), o Circuito Mundial de surfe, desembarca no Havaí para a definição do grande campeão e cinco surfistas ainda estão na briga, sendo três brasileiros: Ítalo Ferreira, líder do ranking, Gabriel Medina, vice-líder e atual campeão, e Filipe Toledo, quarto.

Jessé Mendes, Alex Ribeiro e Jadson André brigam por objetivos distintos no Havaí (Arte: Gabriel Pereira/LANCE!)
Jessé Mendes, Alex Ribeiro e Jadson André brigam por objetivos distintos no Havaí (Arte: Gabriel Pereira/LANCE!)
Foto: Lance!

Além da disputa pelo troféu, ainda há muito em jogo, principalmente para outros surfistas do Brasil. O LANCE! ouviu com exclusividade três representantes da Brazilian Storm, a tempestade brasileira que domina o surfe nos últimos anos.

A partir desta quarta-feira, o Havaí apresenta a Tríplice Coroa Havaiana, tradicional evento disputado desde 1983, composto por duas etapas do World Qualifying Series (WQS), a divisão de acesso, e uma da elite, o WCT. Quem somar mais pontos nas três, fica com a coroa.

A etapa de Haleiwa, a primeira das três havaianas, está programada para começar nesta quarta-feira, a partir das 14h (horário de Brasília).

Depois, o torneio migra para Sunset Beach (duas etapas do WQS de 10 mil pontos, as de maior pontuação) e finaliza em Banzai Pipeline, já pelo WCT, entre os dias 8 e 12 de dezembro.

Dois brasileiros já conquistaram o título da Tríplice Coroa Havaiana: Gabriel Medina, em 2015, e Jessé Mendes, em 2018. Para repetir o feito do ano passado, o surfista do Guarujá sabe o que precisa fazer.

- Com certeza vai ser diferente do ano passado. Não é como na Fórmula 1, por exemplo, que a pista é sempre a mesma. No Havaí, a condição é diferente, o mar nunca é igual e você não consegue ganhar sem conhecimento. É preciso entender e saber como é o local e as ondas. Vou manter a minha cabeça da mesma forma, confiante e indo para o tudo ou nada - disse Mendes.

Na atual temporada, o paulista não está bem posicionado na elite, na qual é o vigésimo oitavo e apenas os 22 primeiros se classificam para 2020. Já na divisão de acesso, ocupa a vigésima sétima posição e somente os dez primeiros sobem. Precisando de pontos nas três etapas, Mendes lida bem com a pressão e sabe que por ser o atual dono da coroa, terá atenção especial dos rivais.

- Pressão é inevitável. Alguns já vão com esse pensamento, de dificuldade, um receio, mas para quem gosta do local, tem essa vantagem. Eu tento imaginar como eu via os outros campeões. Acredito que os surfistas atuais me enxergam como um adversário experiente e isso pode ser uma vantagem para mim.

Rio Grande do Norte nas cabeças

Se a elite é liderada por um potiguar, o mesmo acontece na divisão de acesso. Com um primeiro semestre de ótimos resultados, Jadson André tem a chance de, junto com o amigo Ítalo Ferreira, levar os dois títulos mundiais para o Rio Grande do Norte.

- Tudo o que falam no Rio Grande do Norte é sobre o momento que eu e o Ítalo estamos vivendo. Temos certeza que a torcida está grande e a expectativa são gigantes. Obviamente, estamos muito focados para trazer esses títulos para o estado. Se conseguirmos, vai abrir mais os olhos das empresas locais para apoiar o esporte.

No Circuito Mundial, surfistas da elite podem competir na divisão de acesso e, apesar do ótimo ano no WQS, Jadson André não conseguiu ter uma boa sequência entre os tops. O melhor resultado obtido foi o quinto lugar no Tahiti, que serve de inspiração para o evento em Banzai Pipeline.

- Eu sempre criei grandes expectativas ao meu respeito e fiquei bem abaixo delas. Mas eu sei que o circuito está cada vez mais difícil. Acredito que eu tenho total possibilidade de fazer um grande evento e até mesmo vencê-lo. O meu resultado no Tahiti é prova disso.

Brasil domina WQS

Os dez primeiros da divisão de acesso garantem vaga para a elite em 2020 e desse grupo, seis são brasileiros. Jadson André, Yago Dora, Miguel Pupo e Alex Ribeiro, os quatro primeiros, já estão confirmados. Deivid Silva, oitavo, e Samuel Pupo, nono, ainda precisam de pontos.

Terceiro colocado e candidato ao título do WQS, Alex Ribeiro acredita que o psicológico é fundamental para conquistar bons resultados em Haleiwa e Sunset Beach.

- O Havaí exige um bom preparo físico e psicológico. Para quem busca pontuação é bem difícil, porque são mares totalmente diferentes do que estamos acostumados a competir. Quantos surfistas chegam lá, precisando passar uma bateria e não conseguem? O psicológico mexe.

Ribeiro integrou a elite em 2016, mas teve o ano comprometido por uma grave lesão. Já mirando o retorno em 2020, o surfista da Praia Grande garante estar focado e determinado a escrever o seu nome na história do surfe mundial.

- Botei na minha cabeça que retornaria à elite. Abdiquei de muita coisa e me cerquei com uma equipe muito boa e que me apoia bastante. Deu certo e consegui ser constante. Se eu treinei muito esse ano, em 2020 treinarei o dobro para fazer meu nome na elite.Confira a posição dos brasileiros no ranking da elite mundial do surfe:

1 - Ítalo Ferreira - 51.070 pontos

2 - Gabriel Medina - 50.005 pontos

4 - Filipe Toledo - 49.145 pontos

16 - Caio Ibelli - 24.895 pontos

21 - Deivid Silva - 21.920 pontos

22 - Peterson Crisanto - 20.290 pontos

23 - Willian Cardoso - 19.930pontos

24 - Michael Rodrigues - 19.640 pontos

25 - Yago Dora - 19.365 pontos

28 - Jessé Mendes - 16.875 pontos

32 - Jadson André - 13.255 pontos

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