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Miguel Cagnoni deixa presidência da CBDA. Vice assume

Ex-presidente anunciou no último sábado a intenção de deixar o cargo. Confirmação veio nesta segunda-feira, após Assembléia Geral

16 set 2019 - 18h08
(atualizado às 23h47)
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Mudança na presidência da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Em Assembléia Geral Extraordinária realizada nesta segunda-feira, Miguel Cagnoni, que no sábado comunicou o desejo de deixar o cargo, foi destituído. A confirmação da saída do agora ex-dirigente foi confirmada após votação de 10 presidentes de federações estaduais e da comissão de atletas. O observador da Federação Internacional de Natação (Fina), o paraguaio Juan Carlos Orihuela, também compareceu.

Um dos motivos alegados por Cagnoni para pedir afastamento foi problema de saúde familiar. (Satiro Sodré/CBDA)
Um dos motivos alegados por Cagnoni para pedir afastamento foi problema de saúde familiar. (Satiro Sodré/CBDA)
Foto: Lance!

Cagnoni se afastou do cargo na última sexta-feira e passou ao ex-nadador e atual diretor-executivo e diretor-secretário, Ricardo Prado, totais poderes para administrar a entidade, já que é brigado com o vice Luiz Fernando Coelho de Oliveira. A Assembleia desta segunda, presidida por Celso Oliveira, presidente da Federação Aquática do Rio de Janeiro, estava prevista para começar às 14h (de Brasília), mas atrasou em uma hora por falta de quórum.

Os dirigentes presente definiram que, com a destituição de Cagnoni, Luiz Fernando deveria assumir como novo presidente da entidade.

Relembre o conturbado mandato de Cagnoni

Cagnoni, que assumiu em junho de 2017, pediu o afastamento devido a um problema de saúde familiar. Em sua carta de renúncia, o ex-presidente destacou que a CBDA enfrenta graves problemas desde 2016, entre eles o impedimento de receber recursos oriundos da Lei Agnelo-Piva, e a não renovação de contrato de patrocínio da Confederação com os Correios.

O ex-presidente divulgou boletim agendando a data da nova eleição para o dia 28 de novembro, o que é contrário ao estatuto da CBDA. Segundo a entidade, é função da Assembleia Geral referendar a antecipação das eleições. A Confederação passa por dificuldades financeiras desde o último ciclo olímpico. No primeiro semestre de 2017, uma juíza do Rio de Janeiro determinou intervenção na entidade e Coaracy Nunes, que estava no poder desde 1988, foi retirado. A Polícia Federal chegou a prender Nunes e outros três dirigentes por suspeitas de corrupção. Todos conseguiram habeas corpus e respondem em liberdade.

Quando Cagnoni assumiu, a relação entre Fina e CBDA não era das melhores. A entidade máxima do esporte não deu aval para a eleição do mandatário e exigiu uma nova eleição, com a presença de um observador designado por ela. O pleito só foi realizado em fevereiro de 2018 e teve nova vitória de Cagnoni, com mandato previsto até 2021.

Em agosto, presidentes de federações estaduais se reuniram após notícia veiculada pelo ''Globo Esporte'', que revelou uma multa milionária da CBDA com os Correios por redirecionamento de verba do patrocínio estatal e pela interrupção do serviço de tecnologia da informação, já que a entidade pagava apenas uma parte do contrato há sete meses. O objetivo da reunião era pedir a saída do presidente, que se manteve no poder com a criação de um comitê de gestão de crise.

Segundo o ''Globo Esporte'', o COB (Comitê Olímpico do Brasil), que gerencia as verbas da Lei Piva e distribui entre as confederações, rejeitou R$ 1,6 milhões de recursos em prestações de contas da CBDA feitas ao longo dos dois últimos anos. A entidade gerida por Cagnoni não conseguiu comprovar os gastos referentes ao valor. Os principais pontos foram os custos de viagens nacionais e internacionais de atletas, técnicos e dirigentes.

No total, a CBDA deve ao COB cerca de R$ 8 milhões. A Confederação está impedida de receber novos recursos da Lei Agnelo Piva. No primeiro semestre deste ano, o prejuízo foi de R$ 2,1 milhões, segundo balancete interno de 30 de junho. A dívida total da entidade chega a R$ 10,5 milhões. Desse valor, R$ 6,1 milhões são em débitos de curto prazo, com execução nos próximos meses.

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