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Lutadora brasileira revela abuso sexual sofrido aos 11 anos

A vice-campeã mundial de luta olímpica relatou episódio traumático na infância

24 dez 2017 - 14h14
(atualizado às 14h50)
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A vice-campeã mundial de luta olímpica, Aline Silva revelou em entrevista ao programa Esporte Espetacular, que sofreu violência sexual quando tinha 11 anos. Impulsionada por outras mulheres que também romperam o silêncio em campanhas na internet como #MeToo (Eu Também), #ChegaDeFiuFiu, #MeuAmigoSecreto e #PrimeiroAssédio, Aline tomou coragem para contar o caso. Ela enfatizou, no entanto, que muitas mulheres não se sentem preparadas para falar de abusos.

- Nós não vivemos num ambiente que traz segurança. A sociedade não está preparada para falar e proteger as nossas meninas, as nossas garotas, as nossas mulheres. E é por isso que um monte de história ainda está calada.

Aline Silva (foto:Flavio Perez)
Aline Silva (foto:Flavio Perez)
Foto: Lance!

Aline ressaltou que lidar com os traumas da violência sexual é muito difícil para a vítima. A lutadora também contou que esse episódio infelizmente não foi o único.

- A pior lembrança que eu tenho é de um menino chamando a atenção do outro por estar mexendo no meu corpo. Isso para mim é muito difícil...É muito difícil lidar com o assunto. Tem coisas que eu estou me preparando para começar a contar. É tão difícil, é tão vergonhoso, e a mulher é criada com esse sentimento de vergonha.

Em novembro, o Comitê Olímpico Internacional (COI) lançou um documento sobre o tema, a pedido dos próprios atletas. O manual da entidade fala abertamente sobre assédio e recomenda a produção de materiais educacionais e preventivas, que ajudem na proteção dos mesmos e na punição dos criminosos.

Vale lembrar que outras atletas também já relataram abusos sexuais. Uma delas foi a nadadora Joanna Maranhão, que mencionou, em 2008, o abuso sexual sofrido aos nove anos de idade.

- Meu treinador tinha um poder muito grande sobre mim. Então, eu silenciei por muitos e muitos anos. Eu era uma criança, com corpo de criança e mentalidade de criança. Eu sabia que era algo errado. Era algo que me machucava, mas como na minha casa a sexualidade era um tabu, esse diálogo não existia. Então, eu não sabia como abordar com meus pais. E também pelo sentimento de culpa - ressaltou a nadadora.

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