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Ex-prefeito do Rio vira réu por suposta fraude em obra olímpica

Eduardo Paes é de denunciado por corrupção passiva, fraude em licitação e falsidade ideológica, ao lado de outras 23 pessoas, em investigação do Ministério Público Federal

29 mar 2020 - 17h50
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O ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes virou réu na Justiça Federal por supostos crimes de corrupção passiva, fraude em licitação e falsidade ideológica, ao lado de outras 23 pessoas, em uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a construção do Complexo de Deodoro, um dos palcos dos Jogos Olímpicos de Paralímpicos de 2016.

Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio, virou réu por suposta fraude em licitação de obra dos Jogos (Foto: Divulgação)
Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio, virou réu por suposta fraude em licitação de obra dos Jogos (Foto: Divulgação)
Foto: Lance!

A denúncia, aceita pela 3ª Vara Federal Criminal do município, aponta indícios de desvios de R$ 119 milhões e direcionamento de licitação. O político é suspeito de influenciar a escolha para que a empreiteira Queiroz Galvão participasse do processo da construção da área norte do complexo, um terreno que equivale a 230 campos de futebol e que custou R$ 647 milhões.

A denúncia foi baseada em delação premiada do empresário Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que contou ter sido chamado por Paes a uma reunião na qual o então prefeito solicitou que a empreiteira formasse um consórcio com a Queiroz Galvão para vencer a licitação. O objetivo do pedido seria permitir que a empreiteira utilizasse o atestado de capacidade técnica da OAS para poder tocar a obra.

A investigação também aponta que parte do dinheiro desviado pode ter abastecido contratos fictícios para o descarte de grande quantidade de resíduos da obra que não existiram. Os documentos registraram o descarte de 2 milhões de toneladas de resíduos supostamente inexistentes.

A região abrigou sete instalações: o estádio olímpico de canoagem slalom, o centro olímpico de ciclismo BMX, o parque de mountain bike, a arena Deodoro, que recebeu competições de pentatlo moderno e rúgbi, o centro nacional de hóquei sobre a grama e o centro nacional de tiro esportivo.

Paes, que se apresenta como pré-candidato à prefeitura nas eleições previstas para este ano, publicou no último sábado um vídeo em que se defendeu das acusações e as atribuiu a interesses eleitorais.

- Os fatos serão esclarecidos no decorrer do processo. Me causa estranheza e indignação que eles surjam às vésperas de campanhas eleitorais. Vou provar que, sem nossas ações no Complexo de Deodoro, não teríamos feito os Jogos com o sucesso que fizemos - afirmou Paes.

A defesa do ex-prefeito considerou a denúncia "frágil e absurda". Já a Queiroz Galvão disse que não se manifesta sobre investigações e processos judiciais em curso.

"A absurda denúncia feita pelo MPF em nenhum momento acusa o Sr. Eduardo Paes de ter recebido valores, de qualquer natureza, de quem quer que seja. Nem mesmo o delator disse que Eduardo Paes teria praticado atos de corrupção. Causa muita estranheza que uma denúncia frágil e absurda como essa surja exatamente quando Eduardo Paes anuncia ser pré-candidato à Prefeitura e lidera as pesquisas de intenção de voto. Paes reafirma que jamais favoreceu ou exigiu contrapartida de quem quer que seja, no seu mandato como Prefeito, conforme comprovado por diversos depoimentos prestados ao Ministério Público, por colaboradores, em delações premiadas feitas pelas maiores empreiteiras do país. Eduardo Paes confia na justiça do país e tem convicção de que a denúncia será rejeitada", disse a defesa de Paes.

A obra da área norte do Complexo de Deodoro não era responsabilidade da prefeitura, mas do governo federal, mas uma série de problemas no projeto olímpico levou a uma troca de responsabilidades. O governo do estado também não assumiu a missão, que coube ao município.

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