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Defesa nega presença de Nuzman em esquema e pede devolução de bens

Os advogados do presidente do Comitê Olímpico do Brasil afirmam que ele foi tratado 'como se fosse um meliante'

18 set 2017 - 16h31
(atualizado às 18h09)
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Os advogados do presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, protocolaram na Justiça Federal na última sexta-feira um pedido de Habeas Corpus a favor do cartola. A defesa classificou a investigação sobre a possível compra de votos para eleger o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016 de "incriminação espetacular" e cheia de "efeitos especiais", e afirmou que seu cliente foi tratado de forma abusiva.

Carlos Nuzman é suspeito de participar de esquema de compra de votos na Rio-2016 (foto:Heitor Vilela/COB)
Carlos Nuzman é suspeito de participar de esquema de compra de votos na Rio-2016 (foto:Heitor Vilela/COB)
Foto: Lance!

- Os abusos permearam a participação inadequada, imprópria e até mesmo abusiva das autoridades francesas na residência do Paciente, destituído de sua dignidade pessoal, tratando como se fosse um meliante, com emissoras de televisão na porta da sua casa, jornalistas brasileiros e internacionais, todos avisados de antemão, como tem sido usual, para assistirem e filmarem o escarmento indevido do destinatário da violência, desrespeitando-se, por completo, as regras mais elementares do 'due process of law '- alega a defesa.

Além disso, o documento diz que alguns crimes só poderiam ser julgados pela justiça francesa. Os advogados acreditam que em nenhum momento houve o pedido de cooperação internacional.

- A legislação brasileira não contempla os delitos de corrupção ativa ou passiva de pessoa que não exerça função pública.

Também é afirmado que não existem provas que liguem o COB ou seu presidente ' a qualquer vantagem que tenha beneficiado aqueles que foram apontados como integrantes de pretensa organização criminosa'.

Trecho da defesa preliminar de Carlos Nuzman (Reprodução)

A defesa também esclareceu alguns pontos envolvendo Nuzman. Sobre os R$ 480 mil reais apreendidos em espécie em cinco notas diferentes durante a ação de busca e apreensão da Polícia Federal, alega-se que, como o presidente viaja muito, é necessário possuir dinheiro em moedas distintas.

Já o passaporte russo do cartola, indicado como "troca" por venda de voto na eleição de Sochi (RUS) para receber os Jogos de Inverno de 2014, deve-se, na verdade, ao fato do presidente ser neto de russos.

Já uma transferência para a conta bancária da Suíça, apontada como indício que Nuzman teria recebido dinheiro oriundo da compra de votos seria, na verdade um reembolso da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, em inglês) por uma viagem à Mônaco.

A defesa também pede a devolução dos bens confiscados no dia em que o presidente foi encaminhado para prestar esclarecimentos e teve sua casa "vistoriada" pela polícia carioca, mediante a um mandado de busca e apreensão'

Comprovante da transferência bancária (Reprodução)

Eric Maleson é atacado pela defesa de Nuzman

Responsável por fazer a denúncia às autoridades francesas, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) Eric Maleson foi citado pela defesa de Nuzman. De acordo com os advogados, Maleson foi o responsável por buscar 'conspurcar a imagem e honra do Paciente'.

Trecho da defesa preliminar de Carlos Nuzman (Reprodução)

A defesa relembrou que o delator foi retirado de seu cargo por ilegalidades em sua gestão, com possível ocorrência de crimes e que, por isso, 'resolveu atacar as demais instituições esportivas brasileiras com seus espasmos acusatórios'.

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