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Copa América terá reconhecimento facial e veto a instrumentos musicais

Tecnologia será utilizada pela primeira vez no Brasil de forma padrão em eventos esportivos; Assim como na Copa de 2014, acesso aos estádios terá vista grossa

25 abr 2019 - 16h11
(atualizado às 16h24)
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O Comitê Organizador Local (COL) da Copa América 2019 realizou nesta quinta-feira, na Barra da Tijuca, o Seminário Geral de Proteção e Segurança. Durante o encontro, Hilário Medeiros, Gerente Geral de Segurança da organização, garantiu que pela primeira vez em um evento esportivo no Brasil, haverá uso padrão de tecnologia para reconhecimento facial na entrada de estádios.

- O Comitê, junto com o Centro de Comando e Controle, está preparado para ter reconhecimento facial nas arenas e nos acessos aos estádios com câmeras próprias para isso. É uma tecnologia consolidada no mundo e que já foi utilizada na Arena Fonte Nova. Nossa ideia é permitir que as forças de segurança pública tenham condições de captar essas imagens das câmeras próprias dos estádios para fazerem seu trabalho.

O Gerente de Segurança explicou ainda que a ideia é integrar o sistema a banco de dados estaduais, federais e até da Interpol (Polícia Internacional). O que ainda não foi definido são os critérios que serão levados em conta para barrar a entrada de torcedores.

Hilário Medeiros fez o principal discurso do dia (Foto: João Vítor Castanheira)

Instrumentos musicais proibidos

Assim como nas Copas das Confederações e do Mundo do Brasil, em 2013 e 2014 respectivamente, não será permitida a entrada de instrumentos musicais no estádio. Hilário Medeiros lembrou o episódio da caxirola, espécie de chocalho desenvolvido por Carlinhos Brown para ser a Vuvuzela brasileira, mas que em um Vitória x Bahia, partida utilizada como teste para o Mundial, virou objeto de arremesso.

- Se tivéssemos a caxirola no 7 a 1, no Mineirão, imaginem o que a segurança do jogo ia passar - sugeriu.

Em seu discurso, Medeiros lembrou as dificuldades do duelo entre Brasil x Uruguai, pela semifinais da Copa das Confederações de 2013, para ressaltar a importância de planejar rotas alternativas para a chegada e saída dos estádios. Na ocasião, as manifestações políticas contrárias ao Mundial de 2014 bloquearam as principais saídas do Mineirão, forçando a utilização de um "plano C" para escoar o público após a partida:

- Temos que estar prontos para trocar as rotas protocolares. A rota do ônibus do Boca Juniors, apedrejado por torcedores do River, por exemplo, era protocolar. É um grande desafio criar alternativas.

Morumbi "nos" trás desafios"

O membro do COL estabeleceu um prazo de 40 dias antes do primeiro do jogo para que o Comitê comesse a "mobiliar o estádio". O primeiro a receber a mobília - a partir de 5 de maio - será o Morumbi, sede do jogo de abertura da Copa América entre Brasil e Bolívia, no dia 14 de junho. Medeiros numerou uma lista de particularidades do estádio do São Paulo em relação à segurança:

- É um estádio tradicional. Vamos aplicar medidas utilizadas em Arenas de Copa do Mundo em um estádio que ainda passa por adequações. Assim como a Fonte nova, está no meio de um bairro. É uma sede que nós trás desafios.

Morumbi será o primeiro estádio "mobiliado" (Foto: João Vítor Castanheira)

Olhos abertos para terrorismo e organizadas

Na sua vez de discursar, o Capitão David Steven Figueroa Pinilla, da Polícia da Colômbia, alertou para a presença de grupos terroristas islâmicos, como o Hezbollah e a Al Qaeda, no país vizinho. Segundo o membro da Inteligência, o território colombiano é utilizado como apoio logístico para a pratica terrorista em todo o mundo.

- Os terroristas atuam na Colômbia disfarçados de meros comerciantes árabes. Não há nenhum alerta para a Copa América deste ano, mas é sempre importante ficar com os olhos abertos - pontuou Pinilla.

Quem também falou foi Juan Manuel Lugones, da Aprevide (Agência de Prevenção da Violência no Esporte), da Argentina. Segundo o secretário executivo da entidade, cerca de 70% de suas atribuições ficam restritas ao futebol. A principal preocupação são as "Barra Bravas" dos principais clubes argentinos, que de acordo com ele, se relacionam com tráfico de drogas internacional.

Utilizando exemplos relacionados à Copa da Rússia, Lugones alertou que as competições de Seleções não estão imunes à violência praticada pelas organizadas, e denunciou a existência alianças problemáticas entre torcidas de diferentes países em toda América Latina - algumas envolvendo brasileiros.

Diretor de Operações do COL, Eliberto Guimarães, abre o Seminário na Barra da Tijuca (Foto: João Vítor Castanheira)
Diretor de Operações do COL, Eliberto Guimarães, abre o Seminário na Barra da Tijuca (Foto: João Vítor Castanheira)
Foto: Lance!
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