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Jogos de Paris

Camas 'antissexo' na Vila Olímpica? Uma teoria das redes sociais é desmascarada

O coronavírus obrigou a adoção de várias medidas de distanciamento social nos Jogos Olímpicos, mas as camas de papelão recicláveis, fornecidas pelos organizadores, não são uma delas

22 jul 2021 - 12h10
(atualizado às 12h49)
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Os competidores que estão chegando para as Olimpíadas de Tóquio descobriram algo inusitado a respeito das camas na vila dos atletas: elas são feitas de papelão. Alguns compartilharam imagens nas redes sociais de camas modulares, que são fabricadas pela companhia japonesa Airweave e são recicláveis. Segundo os organizadores, é a primeira vez que as camas dos Jogos serão feitas quase totalmente de material reciclável. (O Estadão fez uma reportagem sobre o assunto, veja!)

Mas em tempos de coronavírus, enquanto os organizadores da Olimpíada preocupados com a transmissão tentam desencorajar contatos íntimos na medida do possível, as inusitadas estruturas das camas levaram alguns a sugerir que havia outro motivo por trás delas. Paul Chelmo, corredor americano de longa distância, especulou no Twitter que as camas não poderiam suportar mais do que uma pessoa e tinham como "finalidade evitar intimidades entre os atletas". Logo, as camas foram rotuladas nas redes sociais como "antissexo".

Rhys McClenaghan, ginasta da Irlanda, definiu a afirmação como "fake news". Um vídeo postado por ele no Twitter o mostrou pulando em sua cama para demonstrar que ela aguentaria atividades vigorosas. A conta oficial da Olimpíada no Twitter respondeu ao vídeo de McClenaghan, acrescentando: "Obrigado por desmascarar a história".

O plano para as 18 mil camas e colchões - 8 mil também serão usados nas Paralimpíadas que começarão no próximo mês - foi anunciado antes do início da pandemia e foram adotadas primeiramente restrições quanto ao distanciamento social, e são mais robustas do que parecem. "Camas de papelão são, na realidade, mais fortes do que as de madeira ou aço", afirmou a Airweave em um comunicado.

Os colchões modulares podem ser feitos sob medida para atletas de todo tipo corporal, e as camas podem suportar até cerca de 200 quilos, o suficiente até mesmo para os competidores mais imponentes. Mas as autoridades olímpicas ainda preferem que os atletas durmam sozinhos enquanto estiverem em Tóquio, e se mantenham distantes uns dos outros também em todos os outros lugares. Um manual com as medidas de segurança aconselha os participantes dos Jogos a "evitarem formas de contato físico desnecessárias como abraços, 'toca aqui', e apertos de mão".

Para desencorajar ainda mais as farras, as vendas de bebidas alcoólicas foram proibidas. Os preservativos, que são distribuídos nas Olimpíadas desde os Jogos de Seul em 1988, visam encorajar o sexo seguro, mas somente cerca de um terço do recorde de 450 mil distribuídos nos Jogos do Rio, em 2016. E as autoridades olímpicas deixaram claro que se destinam aos atletas para serem usados apenas quando voltarem aos seus países de origem.

As restrições refletem amplas preocupações a respeito do coronavírus perto da abertura das Olimpíadas, principalmente com a variante Delta extremamente contagiosa que alimenta surtos na Ásia. Um rigoroso regime de testes mostrou dezenas de resultados positivos este mês com a chegada de mais de 18 mil atletas em Tóquio.

No fim de semana, as autoridades confirmaram os três primeiros casos na vila dos atletas: um organizador e dois competidores. Alguns atletas não quiseram participar dos Jogos por medo de se contagiar, enquanto outros, como a estrela adolescente do tênis, a americana Coco Gauff, desistiram depois de receber o resultado positivo dos testes de covid./TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA.

Estadão
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