Putin ataca EUA e vê prisões como resposta à Copa na Rússia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que a detenção em Zurique de dirigentes da Fifa e empresários por corrupção é uma tentativa de impedir a reeleição de Joseph Blatter como presidente da entidade em pleito marcado para esta sexta-feira. Na avaliação de Putin, a entidade paga o preço pelo suporte dado para a realização da Copa do Mundo na Rússia em 2018.
"Na minha opinião, na sexta-feira devem acontecer as eleições para a presidência da Fifa e o senhor Blatter tem todas as possibilidades de ser eleito. Também sabemos que ele sofreu muita pressão para proibir a realização do Mundial de Futebol de 2018 na Rússia", disse Putin.
O presidente russo ainda repetiu o discurso do ministério das Relações Exteriores, que acusou os Estados Unidos de agirem fora de sua jurisdição. "Esta é outra tentativa descarada (dos Estados Unidos) em estender sua jurisdição para outros estados", afirmou Putin, que ainda questionou o fato de as prisões terem ocorrido na Suíça.
"Eu não tenho dúvidas, é uma clara tentativa de não permitir a reeleição de Blatter como presidente da Fifa, o que é uma grande violação dos princípios de operação de organizações internacionais. Os procuradores americanos, assim como a mídia em geral, já estão dizendo que os oficiais da Fifa cometeram um crime. Como se eles não soubessem sobre a presunção de inocência", completou.
Citando o ex-prestador de serviço de agência de inteligência dos EUA Edward Snowden e o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, ambos se escondendo no exterior da Justiça norte-americana, Putin ainda questionou o direito de Washington em pedir a extradição de autoridades da Fifa. "Infelizmente, nossos parceiros norte-americanos usam tais métodos para alcançar seus objetivos egoístas e perseguir pessoas ilegalmente. Eu não descarto que no caso da Fifa, é a mesma coisa", disse Putin.
Na campanha pela sede da Copa do Mundo de 2018, Putin se aproximou de Blatter e virou uma espécie de aliado. A série de prisões na última quarta-feira não está relacionada a irregularidades na organização do próximo Mundial, mas inquéritos na Suíça investigam suposta propina no processo de eleição da Rússia e Catar como sedes.
Com informações das agências EFE e Reuters.