PUBLICIDADE

Copa do Brasil

Visionário, Athletico-PR sonha com Copa do Brasil e quer ser campeão mundial até 2024

Clube celebra reviravolta administrativa e encara o Inter em decisão nesta quarta para se consolidar como potência no futebol

10 set 2019 - 11h42
(atualizado às 15h54)
Compartilhar
Exibir comentários

Muito antes de ser campeão da Copa Sul-Americana, como foi no ano passado, e de viver a expectativa de estar na final da Copa do Brasil desta temporada, o Athletico-PR colocou no papel uma série de metas para se transformar e ser competitivo em todos os setores. Um rascunho traçado em 1995 entre seus dirigentes tinha objetivos claros, como colocar as contas em dia, ter um estádio mais moderno e se tornar protagonista no cenário nacional. Como tudo isso foi cumprido, a diretoria agora já tem sonhos mais altos, entre eles conquistar o Mundial da Fifa até 2024, ano do centenário do clube.

O projeto pode parecer ousado, mas combina com as aspirações do clube e com seu momento. O Athletico-PR não é de sonhar pequeno. Nunca foi ao longo dos quase 100 anos de existência. A virada responsável por fazer o time viver um período tão positivo começou depois de uma das maiores derrotas da sua história. Em abril de 1995, a equipe foi goleada por 5 a 1 pelo Coritiba, no Campeonato Paranaense, seu rival regional. Dias depois, dirigentes do clube se reuniram para discutir uma reformulação completa no futebol.

Arena da Baixada vai receber o primeiro jogo da final da Copa do Brasil
Arena da Baixada vai receber o primeiro jogo da final da Copa do Brasil
Foto: Divulgação/Athletico-PR / Estadão

Quem liderou essa empreitada foi Mario Celso Petraglia, dirigente histórico do clube desde aquela época até os dias atuais - ele é presidente do Conselho Deliberativo com grandes poderes nas coisas do clube. Veio dele a articulação para naquele mesmo ano, 1995, o cartola se tornar presidente e apresentar o tal plano de metas do clube. Propostas como contas em dia, categorias de base organizadas, estádio moderno e gestão profissional já estavam em pauta e foram cumpridas à risca desde então. O Athletico só fez crescer.

"Queremos continuar crescendo, cada vez mais forte, para chegar naquilo que almejamos. Que foi uma promessa nossa, e tenho certeza de que vamos cumprir, que em dez anos, até o nosso centenário (2024), botaremos a nossa estrela no peito de campeão do mundo. Podem me cobrar", discursou Petraglia em 2015. Atualmente, ele é o presidente do Conselho Deliberativo do Athletico-PR.

Athletico-PR enfrenta o Inter na final da Copa do Brasil
Athletico-PR enfrenta o Inter na final da Copa do Brasil
Foto: Miguel Locatelli/Divulgação / Estadão

Petraglia assumiu a presidência do clube em 1995, ano do primeiro título nacional da equipe, o Brasileiro da Série B. O Athletico-PR queria mais. Nas temporadas seguintes, o clube articulou dois importantes projetos. O primeiro foi a construção do moderno CT do Caju, complexo esportivo usado pela Espanha na Copa do Mundo de 2014. O segundo passo foi reformar o antigo estádio Joaquim Américo e transformá-lo na primeira arena do Brasil.

Arena da Baixada durante as obras de reforma, em 1997
Arena da Baixada durante as obras de reforma, em 1997
Foto: Divulgação/Athlético-PR / Estadão

Inaugurada em 1999, a Arena da Baixada se mostrou fundamental para a evolução do clube. O estádio foi um grande aliado na campanha do título brasileiro de 2001, uma das maiores conquistas atleticanas, assim como se mostrou um peso decisivo para outras campanhas de destaque. A equipe rubro-negra ainda seria vice-campeã do Brasileiro de 2004 e da Libertadores do ano seguinte, em 2005.

A equipe também fez boas campanhas nas temporadas que se seguiram, enquanto se organizava nos bastidores para obter outras evoluções estruturais. O estádio passou por uma reforma para poder receber a Copa de 2014, conforme combinado com o então Comitê Organizador Local, e o departamento de futebol também se reestruturou. O Athletico-PR investiu na criação de um departamento de estatísticas, apostou em técnicos estrangeiros e resolveu poupar o time principal da disputa do Estadual. Quem entra em campo é a equipe sub-23. Com isso, a base ficou mais forte.

O Athletico passou a valorizar ideias próprias, independentemente de ir contra a opinião dos demais clubes do Brasil. Encarou brigas grandes por direitos de televisão e transmissão de jogos pela internet, além de construir um teto retrátil e colocar grama sintética no seu estádio quando ninguém mais tinha esse tipo de estrutura. Houve também o projeto de cadastro biométrico de torcedores.

O time cresceu no cenário nacional e internacional e se acostumou com decisões, como a que faz a partir desta quarta-feira na Copa do Brasil diante do Internaiconal. Se o plano de 1995 se tornou realidade, agora o clube já pode ter metas bem mais altas e ambiciosas. Nesta esteira, o Athletico ganhou a fama de ser um time duro de se bater na Arena da Baixada e tem mantido uma regularidade no Brasileirão. Ele caiu em 2011 e voltou em 2013.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade