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Craques e torcedores

Ídolo dos Camarões brilhou até os 42 anos; veja quem é

O camaronês Roger Milla atingiu o auge no Mundial de 1990, aos 38 anos, e ainda teve fôlego para marcar gol na Copa de 94

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<p>Roger MIlla entrou para a história do futebol ao marcar o gol de Camarões na derrota por 6 a 1 diante da Rússia, na Copa de 1994. Apesar da goleada, ele se tornou o mais velho a balançar as redes em um mundial, com 42 anos</p>
Roger MIlla entrou para a história do futebol ao marcar o gol de Camarões na derrota por 6 a 1 diante da Rússia, na Copa de 1994. Apesar da goleada, ele se tornou o mais velho a balançar as redes em um mundial, com 42 anos
Foto: Getty Images

Uma constelação de craques estava escalada para a Copa de 1990. Os argentinos Maradona e Caniggia, os brasileiros Romário e Careca, os italianos Baggio e Baresi, os alemães Klinsmann e Matthäus, os holandeses Van Basten e Gullit. Entretanto – e entre tantos –, quem roubou a cena foi o veterano de um país até então sem nenhuma tradição no futebol: o camaronês Albert Roger Mook Miller, que ficou mundialmente conhecido como Roger Milla (lê-se “Rogê Milá”).

Sua história com a bola começou ainda em Camarões, quando tinha 14 anos e defendeu o Eclair Douala. Nessa época, era conhecido pelo nome de batismo, mas decidiu adotar o sobrenome Milla por soar mais africano. Quatro anos depois, transferiu-se para o Léopards Douala e faturou seu primeiro campeonato nacional.

Seu futebol começaria a despontar realmente em 1974, quando foi para o Tonnerre, time da capital Yaoundé. Logo em sua primeira temporada, liderou a equipe na conquista da Copa de Camarões. Nos anos seguintes, faturou o bicampeonato da Recopa Africana, foi eleito melhor jogador da África e convocado pela primeira vez para defender a seleção de seu país em 1976. Tudo isso chamou a atenção do Valenciennes, na França, que o contratou.

O sonho de cruzar o Mediterrâneo não rendeu grandes frutos logo de cara. Milla foi pouco aproveitado pelo clube e se transferiu para o Monaco, onde sofreu com seguidas lesões até ser contratado pelo Bastia. Foi nessa época que conseguiu o feito histórico de marcar seis gols nas eliminatórias e ajudar a levar seu país para a primeira Copa do Mundo, em 1982.

Camarões teve uma atuação discreta (três jogos, três empates, destaque para o goleiro, Thomas Nkono). A redenção começou a vir em 1984, quando Milla liderou o país na conquista da Copa Africana de Nações, feito que se repetiria quatro anos depois. Parecia o suficiente, e o jogador anunciou sua aposentadoria da seleção.

Felizmente para o futebol, o craque reviu sua decisão – graças ao bom desempenho mostrado em times franceses como o Saint-Etiénne e o Montpellier e ao clamor popular dos camaroneses, que culminou num telefonema do presidente pedindo que ele aceitasse a convocação para a Copa de 1990 mesmo sem ter disputado as eliminatórias. Milla topou o desafio e, aos 38 anos, mostrou ao mundo o melhor do seu futebol.

O país começou a surpreender logo na abertura da competição, quando Camarões bateu a Argentina por 1 a 0. Na partida seguinte, diante da Romênia, Milla deu show, marcando os dois gols na vitória por 2 a 1 – e comemorando-os com danças e rebolados.

Para completar, o camaronês ainda balançou as redes mais duas vezes na histórica vitória sobre a Colômbia, que classificou o país para as quartas de final, feito nunca antes alcançado por uma nação africana. Um dos gols foi o lance antológico em que Milla roubou a bola do folclórico goleiro Higuita, que havia saído de sua área tentando driblar o time adversário. Camarões acabou eliminado na fase seguinte, ao perder para a Inglaterra por 3 a 2 na prorrogação, mas o craque ainda teria fôlego para fazer história mais uma vez.

Quando a seleção africana se classificou para a Copa de 1994, poucos acreditavam que o jogador de 42 anos fosse convocado. Porém, o técnico Henri Michel resolveu chamá-lo. Só de entrar em campo, Roger Milla se tornou o atleta mais velho a disputar uma partida de Copa do Mundo. Não bastasse isso, balançou as redes na derrota para a Rússia por 6 a 1, tornando-se o jogador mais veterano a marcar pela competição.

Camarões deixou a Copa na primeira fase do mundial, mas Milla seguiu jogando no futebol indonésio até completar 45 anos. Após a aposentadoria, recebeu uma série de homenagens, sendo considerado o melhor jogador africano do século 20. Atualmente, é embaixador do Unicef em seu país, e já manifestou interesse em disputar as eleições presidenciais.

Fonte: PrimaPagina
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