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Evelyn de Oliveira, porta-bandeira nos Jogos Paralímpicos, busca bicampeonato na bocha

19 ago 2021 - 16h28
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A jogadora de bocha Evelyn de Oliveira será uma das porta-bandeiras da delegação brasileira na cerimônia de abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, no próximo dia 24 de agosto, às 8h (horário de Brasília). A atleta que completou 44 anos na última terça-feira carregará a bandeira do Brasil ao lado do velocista Petrúcio Ferreira.

Medalha de ouro nas duplas mistas na Rio 2016, junto com Antonio Leme e Evani da Silva - pela classe BC3 (deficiências mais severas), a paulista de Mauá recordou como foi a edição do megaevento no Brasil: "Mesmo em casa, com a torcida e a nossa família nos apoiando, não éramos os favoritos. Era tudo novidade. Entramos nos divertindo. Quando vimos, estávamos na final e fomos campeões", relembrou ao site do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Evelyn também falou como tem se preparado para a sua segunda participação em Jogos Paralímpicos e as suas expectativas para tentar subir ao lugar mais alto do pódio novamente. De acordo com a atleta, o time que representará o Brasil na bocha está  bastante entrosado.

Inclusive, ela salientou que a equipe tem trabalhado junta desde 2018. "São super atletas e eu sou super privilegiada pelo time que tenho: Mateus [Rodrigues Carvalho, atleta], Evani [ouro em 2016, ao lado da própria Evelyn], os seus auxiliares, o nosso técnico Barata [Vagner Lopes Lima]…A gente, graças a Deus, ao longo desses anos, tem construído uma amizade. Mais do que o trabalho dentro da quadra, temos uma afinidade fora também. E isso fortalece a nossa confiança para a competição", disse.

Relação com a Calha

A atleta começou na bocha aos 22 anos, após um convite de uma professora do SESI. Diagnosticada com uma doença congênita chamada atrofia muscular espinhal, Evelyn não possui os movimentos dos membros inferiores, além de ter limitação e comprometimento de força nos movimentos dos membros superiores. Desta forma, ela atua na classe BC3 e necessita de calhas (que também são chamadas de rampas ou canaletas)  para realizar os lançamentos das bolas.

"A calha é fundamental para a BC3, pois é com ela que fazemos os lançamentos. Quanto mais estável e mais precisa for a rampa, melhor para os atletas. Sentimos mais segurança", destacou.

A calha levada por Evelyn ao Japão foi comprada em 2019.  É um equipamento importado da Coreia do Sul. "É a melhor rampa que tem para a classe BC3. Sempre foi meu sonho ter esta calha. Eu assistia aos Mundiais e via os coreanos usando. Eles são precursores no uso deste tipo de rampa. Eu ficava babando e namorando ela pelas fotos e pelos vídeos do Youtube", revelou a paulista.

"Faz muita diferença ter uma rampa de qualidade. Em 2016, fui campeã com uma rampa caseira, feita pelo meu pai, por um serralheiro, um marceneiro e outro profissional que trabalhava com acrílico. É possível ganhar um campeonato como uma calha amadora, mas, evidentemente, se você tem um material de ponta, a chance de sair à frente é maior", concluiu.

Calheiro

Calheiro de Evelyn desde 2014, o paulista Roberto Rodrigues Ferreira nasceu em Taboão da Serra e tem 43 anos. Conheceu a bocha em 2010, durante sua graduação de Educação Física, quando foi convidado para estagiar num clube.

Assim como disse a própria atleta, Ferreira também afirmou que a calha utilizada pela porta-bandeira brasileira é feita com excelência. "É um material importado da Coreia, desenvolvido com a melhor tecnologia que você possa imaginar. Possui madeiras com recorte a laser, todas as peças são torneadas e não tem nenhum tipo de junção soldada. Basicamente, a rampa é dividida em três partes: uma curva, uma peça maior, que deixa a extensão da calha mais longa, e outra de encaixe", explicou.

A rampa foi levada ao Japão dentro de um case (caixa semelhante à usada para transportar instrumentos musicais) e despachada como uma bagagem de 25 kg.

Por fim, o calheiro disse que, em uma competição de bocha de alto rendimento, a calha faz toda a diferença. "Nestes Jogos Paralímpicos, cerca de 80% dos jogadores utilizarão este modelo de rampa [coreana]. A briga vai ser boa. Como todos os competidores usarão praticamente o mesmo equipamento, no final, a habilidade e o mental farão a diferença", concluiu Ferreira.

A delegação brasileira será composta por 260 atletas (incluindo atletas sem deficiência como guias, calheiros, goleiros e timoneiro), sendo 164 homens e 96 mulheres, além de comissão técnica, médica e administrativa, totalizando 435 pessoas. Jamais uma missão brasileira em Jogos Paralímpicos no exterior teve tamanha proporção.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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