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Seleção de Dorival agrada em estreia com destaque de novidades promissoras

Vitória contra a Inglaterra, em Wembley, dá ânimo ao novo time brasileiro após um ano para se esquecer

23 mar 2024 - 20h00
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Endrick comemora o gol da vitória do Brasil contra a Inglaterra
Endrick comemora o gol da vitória do Brasil contra a Inglaterra
Foto: Carl Recine/Reuters

Mais do que o resultado, o desempenho pesa bastante na avaliação positiva da estreia de Dorival Júnior à frente da seleção brasileira. A vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra, em Wembley, premiou um time altamente competitivo, que brigou por cada bola e por cada espaço do campo, como se o jogo não fosse um mero amistoso.

Além do comportamento tático, com troca de passes efetiva na defesa, apesar da pressão na saída de bola dos ingleses, e da boa atitude da equipe como um todo, o triunfo no primeiro compromisso sob o comando de Dorival também ressalta o destaque de novidades promissoras, a começar por Endrick, autor do gol da vitória – seu primeiro pela seleção principal.

O atacante do Palmeiras, prestes a se transferir para o Real Madrid, aos 17 anos, se tornou o mais jovem a marcar no lendário estádio de Wembley e o quarto mais novo pelo Brasil, atrás somente de Pelé, Edu e Ronaldo Fenômeno. Desperdiçou uma grande oportunidade, mas entrou para a história demonstrando estrela, personalidade e oportunismo ao acompanhar até o fim a jogada de Vini Jr. e ser recompensado com o rebote sem goleiro. A tendência é que Endrick, que já havia debutado com Fernando Diniz, ganhe ainda mais espaço na seleção de Dorival.

Mas as digitais do técnico apareceram principalmente na defesa, ao promover as estreias dos zagueiros Fabrício Bruno e Beraldo e o lateral-esquerdo Wendell. Todos se portaram muito bem, favorecidos, é verdade, pelos pesados desfalques no ataque inglês: o ponta Saka e o centroavante Harry Kane. O ex-são-paulino, de 20 anos, foi quem mais chamou a atenção, pela segurança e a habitual qualidade na saída de bola.

Outra cartada certeira de Dorival foi o retorno de Lucas Paquetá, que não chega a ser uma novidade, mas estava afastado da seleção devido à investigação sobre um suposto esquema de manipulação de apostas. O treinador obteve o aval da CBF para convocar o jogador do West Ham, que ajudou a encorpar e dar dinâmica ao meio-campo. No primeiro tempo, acertou uma bola na trave. No segundo, quase marcou um golaço em chute com efeito.

Seu substituto, Andreas Pereira, acabou sendo decisivo. Vice-campeão mundial com a seleção sub-20, em 2015, o meia do Fulham descolou um belo passe para Vini na jogada do gol. Ainda serviu Endrick, em chance perdida no fim da partida, e agradeceu pelo voto de confiança ao treinador com quem trabalhou brevemente no Flamengo.

Bento, discreto, porém seguro no gol, e João Gomes, incansável na marcação, foram outros nomes estreantes que se destacaram na vitória sobre a Inglaterra, que não perdia havia 10 jogos. O Brasil voltou a vencer depois de três derrotas seguidas nas Eliminatórias sul-americanas e um ano para ser esquecido, com dois técnicos-tampões, o bolo de Carlo Ancelotti e um golpe político na presidência da CBF.

Naturalmente, ainda é cedo para traçar qualquer prognóstico sobre a seleção de Dorival. Diniz também iniciou com vitória (goleada sobre a Bolívia), mas contra um adversário bem mais frágil. A estreia deixa boa impressão pelo resultado, o desempenho e a intensidade imposta diante da ótima equipe treinada por Gareth Southgate. E, sobretudo, pelas caras novas que começam a desenhar uma etapa promissora para o Brasil.

Fonte: Breiller Pires Breiller Pires é jornalista esportivo e, além de ser colunista do Terra, é comentarista no canal ESPN Brasil. As visões do colunista não representam a visão do Terra.
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