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Fernando Santos
Sexta-feira, 03 Maio de 2002, 20h23
terraesportes@terra.com.br

A NBA quer Nenê


Não é apenas o Miami Heat que demonstra interesse na aquisição do pivô Nenê. A própria direção da NBA está disposta a fazer o que for possível para que o brasileiro seja escolhido no próximo recrutamento, em 26 de junho.

Declaração do principal dirigente da liga, David Stern, à ESPN: "Este será o draft dos jogadores estrangeiros". Ele não se referia apenas ao gigante chinês Yao Ming, mas a uma série de atletas que podem ajudar no processo de expansão da NBA.

O caso de Ming é o mais evidente. A NBA está de olho no bilionário mercado chinês. Já há dois jogadores do país na liga, mas Ming é a grande estrela da China. Com o mercado estático nos EUA, o objetivo é ganhar dinheiro em outras praças.

E é aqui que entra Nenê. A NBA nunca explorou corretamente o mercado sul-americano. E o Brasil é o centro desta pequena mina de ouro, ainda mais em razão da crise econômica na Argentina. Sem contar que a liga anunciou o lançamento de produtos oficiais no país para abril (o projeto está atrasado).

O curioso é a maneira como o processo está sendo conduzido. Apesar do protesto feito pelo Vasco, que insiste há meses ter um contrato com o jogador até 2003, até agora não foi divulgada nenhuma resposta, nem da CBB nem da Fiba. Estranho...

Enquanto isso, Nenê ganha espaço na mídia e nas projeções feitas nos EUA. Além do Miami, ele aparece cotado também para ser escolhido pelo Utah Jazz e pelo Chicago Bulls.

O jornal Salt Lake Tribune, sede dos Jazz, avaliou Nenê como o terceiro melhor estrangeiro entre os cotados no draft. E fez uma comparação curiosa: diz que o brasileiro é muito parecido com Shaquille O'Neal, mas só pela deficiência nos arremessos de lance livre.

O site da CBS Sportsline coloca Nenê como o 17º jogador escolhido, justamente pelo Utah. Há fórum de torcedores do Jazz na internet comentando a possível escolha do brasileiro. Outra boa indicação partiu de um site de fãs do Chicago Bulls, o www.bulls4ever.com, que relaciona o pivô entre os cinco melhores estrangeiros.

Na semana passada, o The Plain Dealer, um site que reúne vários jornais de Cleveland, trouxe uma pequena reportagem com Nenê, que treina cidade e se aliou a um empresário local, Michael Coyne. O Dealer evidenciou um currículo capaz de impressionar os olheiros da NBA: lembra que Nenê atuou na semifinal do Goodwill Games, em 2001, e conseguiu cinco tocos, sendo três contra Jermaine O'Neal, o pivô do Indiana Pacers que foi eleito recentemente o jogador que mais se desenvolveu na NBA.

O diário de Cleveland compara ainda Nenê a jogadores como Shawn Kemp (Portland) e Kenyon Martin (Nets). Através de um intérprete, o brasileiro se disse preparado para o draft e pronto para ingressar na liga. O Dealer vai ainda mais longe: diz que o pivô é nome "certo" para ser recrutado logo na primeira rodada. Comentário semelhante também foi feito no site da ESPN, com a seguinte introdução: "Você conhece Maybyrne Hilário? Pois é bom conhecê-lo, porque ele é um dos destaques do draft deste ano".

Cabe aqui, ainda, uma pequena correção em relação à última coluna. O Miami, que teve o interesse em Nenê revelado pelo jornal The Miami Herald, não tem exatamente a 10ª posição no draft. Ele está, atualmente, cotado em 10º lugar, mas pode melhorar (ou piorar) essa situação no loteria do draft. Trata-se de uma espécie de sorteio dirigido entre os piores times da atual temporada, que será realizado no próximo dia 19.

Nenê está cotado para ser escolhido até entre os 15 primeiros jogadores. A relação atual das primeiras equipes é: 1) Golden State, 2) Chicago, 3) Memphis, 4) Denver, 5) Houston, 6) Cleveland, 7) New York, 8) Atlanta, 9) Phoenix, 10) Miami, 11) Washington, 12) Clippers e 13) Milwaukee.

Ou seja, Nenê pode até sonhar em ter a oportunidade de ser chamado pelo Washington Wizards e, de fato, ganhar na loteria não apenas a chance de entrar para a NBA, mas a de jogar ao lado de Michael Jordan.

 

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Juarez Soares Marcos Caetano Fernando Santos