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Juarez Soares
Segunda-feira, 22 Abril de 2002, 13h43
terraesportes@terra.com.br

Torre de babel


Os ventos de outono sopraram calidamente e, para surpresa de todos, trouxeram cartões de cores berrantes, vermelhas e amarelas para decidir o Torneio Rio-São Paulo. Grande besteira! Gesto impensado, cuja responsabilidade tem que ser dividida entre o todo-poderoso presidente Farah e os omissos dirigentes de São Paulo, Corinthians, Palmeiras e São Caetano.

Até os jogadores perceberam a incômoda situação. Quando perguntados, respondem que todos concordaram com o regulamento. Agora, só resta cumpri-lo. Quando os presidentes tiveram a preciosa chance de mudar tudo, deixaram a sala da Federação Paulista submissos e obedientes.

Ontem tive a oportunidade de conversar com o David, com Rubens Cardoso, com o Alexandre e com o Jean. Todos sofreram a angústia dos cartões na rodada inicial da fase semifinal.

Para o segundo e decisivo jogo, a situação piora. Mas todos os jogadores deixaram bem claro que vão fazer as faltas necessárias, e o resto que se dane. Claro, falar é uma coisa, fazer é outra.

Imagine um jogo empatado, faltando cinco minutos para o final, o atacante dispara, o beque se prepara, toma um drible, faz a falta, recebe o cartão e perde o campeonato. E daí, quem é o responsável? Cartão está valendo mais que pênalti, porque, nesse caso, o goleiro ainda pode defender, mas o cartão é indefensável, é um julgamento definitivo, uma punição monstruosa.

Dirão, alguns, que esse regulamento ajuda a disciplina. Ajudaria, se o critério valesse para todo o Torneio. Todo mundo sabendo claramente as regras. O problema se torna ainda mais doloroso quando se recorda que o cartão amarelo foi criado para solucionar um problema de comunicação nos jogos internacionais. Quando juiz e jogador falavam idiomas diferentes, o cartão era mostrado para que o infrator e todos soubessem que o atleta estava advertido.

Agora que estamos em casa, falando a mesma língua, surge como arma mortal o cartão amarelo. Não seria necessário, a não ser que estejamos todos vivendo nessa imensa torre de babel em que se transformou o futebol brasileiro.

 

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