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Fernando Santos
Domingo, 07 Abril de 2002, 17h27
terraesportes@terra.com.br

Novos tempos


O basquete brasileiro vive um momento de transição. Novas oportunidades se abrem para uma geração esquecida, a dos estudantes, enquanto tradicionais celeiros de craques passam por situação à beira da dramaticidade. É, acima de tudo, tempo de reflexão.

As boas novas chegam com duas competições colegiais, algo que há muito não ocorria no país. O que promete causar mais agito é, sim dúvida, o torneio promovido pela NBA com escolas particulares de São Paulo. A garotada já está sendo recrutada e os jogos devem começar ainda este mês.

Outro torneio, este patrocinado pela Nestlé e organizado pela empresa de marketing da ex-jogadora Hortência, já teve o seu lançamento oficial. Menos elitista, também conta com escolas públicas.

Quem quer dar os primeiros passos no basquete tem opções restritas. Se não é sócio de algum clube, torna-se ainda mais difícil. A escola, então, passa a ser um instrumento importante.

Mas é necessário que os organizadores tenham a consciência de que se trata de um trabalho sem imediatismos. Espera-se que não se trate apenas de um jogada de marketing oportunista e que possa fazer sucesso por muitos anos.

Ao mesmo tempo em que nascem essa novas oportunidades, a situação em alguns clubes tradicionais não é das melhores. O maior exemplo é a equipe masculina de Mogi das Cruzes, que agoniza na penúltima colocação do Campeonato Nacional.

Em situação semelhante está Franca, com toda sua tradição e que, pela primeira vez, não deve conseguir a classificação aos playoffs. Sinal dos tempos difíceis, com patrocinadores escassos. Apesar dos maus resultados na quadra, não se pode esquecer do trabalho de base feito na cidade. Basta lembrar que sua última grande revelação, o pivô Ânderson Varejão, hoje está no Barcelona da Espanha.

Vale também registrar que entre as mulheres o drama é ainda maior. O Campeonato Paulista, o principal do país, só conseguiu reunir seis equipes. E a principal jogadora brasileira, Janeth, continua impedida de atuar aqui, por absoluta falta de investimentos à altura de uma estrela internacional.

São situações que revelam o período instável do basquete brasileiro: escolas fortalecidas, com apoio publicitário e até da NBA, e clubes com orçamentos cada vez mais apertados, além da agonia nos times femininos. O momento indica que, talvez mais importante do que bons técnicos, o que o Brasil precisa é de administradores esportivos profissionais, que sejam capazes de lidar com essa situação delicada. O que possam traçar um caminho menos espinhoso para um futuro recente.

 

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