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Fernando Santos
Quarta-feira, 27 Março de 2002, 21h56
terraesportes@terra.com.br

A aventura de Nenê


O pivô Nenê partiu em disparada para os EUA, na tentativa de conseguir uma boquinha no draft 2002 da NBA. Pelo menos, é isso que acredita o Vasco da Gama, que considera o jogador um desertor. Pois até agora ele não deu a menor explicação pelo sumiço.

Se estiver mesmo nos EUA, é bem provável que Nenê tente participar do último grande evento do calendário oficial do draft. Trata-se do PIT, o Portsmouth Invitational Tournament, de 3 a 6 de abril. É um tradicional torneio realizado na cidade de Portsmouth, na Virgínia, que reúne alguns dos principais jogadores universitários dos EUA.

Na relação oficial do torneio, não consta o nome de Nenê. Seria, na verdade, uma excepcional oportunidade para o pivô se exibir para os olheiros da NBA. O PIT costuma emplacar muitos jogadores no draft, como foi o caso de Mike Smith, em 2000. Ele foi escolhido como o MVP do torneio e acabou sendo recrutado pelo Washington Wizards.

Este será o último "campo de treinamento" oficial antes da data limite para inscrição no draft, dia 12 de maio, até 11h59, horário da costa leste. Segundo consulta feita pela coluna à NBA, para um jogador participar do draft, basta que ele encaminhe uma carta à liga, colocando-se à disposição dos times. Não existe nenhuma outra exigência.

Há, porém, uma exceção. Se o jogador estiver com contrato em vigência, o time que o escolher terá que negociar a sua liberação. E esse parece ser o caso de Nenê. Segundo o Vasco, o pivô tem contrato até 2003.

As chances de Nenê, mesmo se não participar do PIT, parecem boas. Ele está relacionado em segundo lugar no ranking de jogadores estrangeiros cotados para o selecionamento pelo site especializado nbadraf.net. Só está atrás do favorito: o gigante pivô chinês Yao Ming, de 2,25 metros de altura.

Segundo o site, Ming pode ser até mesmo o primeiro escolhido no draft, que acontece no dia 26 de junho. A disputa será acirrada com o ala-armador Jason Williams, grande estrela da tradicional universidade de Duke.

Nenê deve sua reputação pela atuação, no ano passado, na Copa América, seletiva para o Mundial, e no Goodwill Games, na Austrália. Foi quando despertou a atenção dos olheiros da NBA.

Bastando apenas uma carta para entrar no draft, parece ser algo fácil. Mas todo jogador que tenha intenção de ser recrutado ao menos conta com algum tipo de sondagem de uma das equipes. Do contrário, é mesmo como entrar numa loteria. No caso de Nenê, ele não iria se aventurar desta maneira se não tivesse um mínimo contato.

O pivô tem potencial para sonhar com a NBA. Mas parece estar seguindo um caminho espinhoso ao se desligar do Vasco à força. A influência de empresários, ansiosos por um contrato milionário nos EUA, deve ter enchido de fantasias a cabeça do jogador.

Se ele tem contrato em vigor com o Vasco, o que fez é na verdade um desrespeito. E que pode colocar tudo a perder, caso o clube decida (e é o que deve fazer) impedir a sua transferência. Não custa lembrar: Nenê tem apenas 19 anos. Boas companhias fariam bem a ele.

 

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