Outro dia escrevi aqui que Ricardo Teixeira iria intervir na comissão técnica da Seleção. Na minha opinião Carlos Alberto Parreira seria o novo homem forte da equipe. Realmente o convite foi feito. Parreira não aceitou. Uma pena.
As duas novidades, como Américo Faria e Rodrigo Paiva, são apenas perfumaria. Américo, que já trabalhou em 150 jogos da Seleção e duas Copas do Mundo, tem bagagem, mas sua função é burocrática: cuidar de passagens, hotéis, local de treinamento, avisar jogadores convocados.
Para evitar vexames como aquele em que Cafu foi chamado e estava suspenso com dois cartões amarelos. O novo profissional vai organizar melhor uma parte da Seleção que estava uma bagunça.
Mas, no que diz respeito à convocação, escalação, treinamentos táticos, definição do time titular, não muda nada. Rodrigo Paiva chega para dar ares modernos a uma assessoria de imprensa que estava lenta e cansada.
Aliás, essa função na Seleção nunca teve o respeito que mereceu. Sempre funcionou como um prêmio a velhos e competentes jornalistas, normalmente como agora, do Rio de Janeiro. Gente acostumada as mumunhas de procedimento da CBF.
O que poderia realmente mudar o rumo da Seleção seria a chegada do novo supervisor de futebol. Um profissional que primeiro tivesse suas funções absolutamente definidas, sem nenhuma dúvida, com poderes para discutir convocações, escalações e esquemas táticos.
Qualquer um que seja chamado sem esses poderes não vai mudar nada. Ao contrário. Será considerado um intruso. É preciso levar em conta que, se o novo cargo foi criado, é porque Ricardo Teixeira reconhece que a Seleção está sem rumo. A atual comissão técnica está despreparada para ir à Copa.
Resta saber se Luiz Felipe Scolari vai aceitar a intervenção. Uma coisa é o blábláblá dito nos comentários da TV Globo, outra coisa é dar a cara para bater.