Por que não levar Oscar para o Mundial de Indianápolis? Ele é o maior
cestinha da atualidade e do passado recente (leia-se últimos 20 e poucos
anos) do basquete brasileiro. Seria uma peça importante para dar experiência
aos mais novos, além de receber uma bela homenagem no encerramento de sua
carreira.
Na cidade onde conquistou o seu maior título, o Pan-Americano de 87,
Oscar teria uma despedida digna de um dos maiores jogadores da história. Uma
oportunidade raríssima que a CBB não deveria deixar passar.
Aos 44 anos, Oscar reina entre os cestinhas brasileiros. Mas voltar à
seleção é algo quase impossível. Ele não se dá com o técnico Hélio Rubens, é
considerado fominha e suas qualidades não se encaixam no perfil tático da
seleção. Qualquer semelhança com Romário e Felipão não é mera coincidência.
Oscar poderia ser muito útil à nova geração. O próprio Hélio Rubens
diz que os atuais jogadores precisam de mais experiência internacional. Ora,
por que não usar então Oscar como professor dessa garotada? Quem jogou anos
e anos na Europa sabe muito bem como enfrentá-los. E o Brasil terá a
Turquia, vice-campeã européia, logo na primeira fase (além de Líbano e Porto
Rico).
A seleção também precisaria se adequar a Oscar, algo que Hélio Rubens
não cogita há muito tempo. O treinador está de olho na Olimpíada de Atenas,
e vem trabalhando um grupo jovem nos últimos anos. E não conta com o Mão
Santa.
Não se trata de exigir um resultado imediato dessa garotada no
Mundial. Só a classificação para Indianápolis já é um feito enorme. Mas,
entre 12 jogadores, deixar Oscar de fora, mesmo com sua idade, seria uma
injustiça. Como a que está sendo feita com Romário (e olha que na seleção de futebol são 23 os convocados para a Copa do Mundo!).
A seleção tende a ficar enfraquecida defensivamente com a presença de
Oscar. Mas ele não precisa jogar o tempo todo, como faz no Flamengo. Poderia ser utilizado apenas em momentos decisivos. Iria passar tranquilidade aos
jogadores brasileiros e exigir enorme respeito dos adversários.
O Brasil pode muito bem se aproveitar do fator Oscar. Qual seleção
não faria uma marcação dupla sobre ele? Aí, então, Guilherme e Rogério
ficariam livres para o arremesso, ou então Ânderson teria espaço no
garrafão.
Mas, insisto: muito mais do que uma opção ofensiva, a Seleção
Brasileira estaria oferecendo a Oscar uma justa e merecida homenagem. Que as boas lembranças do Pan de 87 iluminem o Brasil em Indianápolis!