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Fernando Santos
Sábado, 16 Junho de 2001, 08h28
terraesportes@terra.com.br

Dinastia zen


Nem Shaquille O'Neal nem Kobe Bryant. O grande destaque, o MVP do Los Angeles Lakers na conquista do título da temporada 2000/2001 foi o técnico Phil Jackson. Ele faturou oito campeonatos nos últimos onze anos. É o Michael Jordan dos treinadores.

Phil Jackson não apenas acabou de uma vez por todas com a fama de só ganhar títulos nas costas de Jordan, como se coloca, provavelmente, como o maior técnico da história da NBA. E prova disso foi a maneira como reagiu nesta série final contra o Philadelphia 76ers.

A decisão começou com Larry Brown dando um banho tático em Jackson. Mas o técnico do Philadelphia só tinha uma bala nas mãos. A marcação com pressão na saída de bola foi o grande trunfo para vencer o primeiro jogo. Mas foi só. Ao anular essa arma, o 76ers morreu na decisão.

E para isso não foi preciso agir como um gênio. Bastou a Phil Jackson uma série de duros treinamentos de saída de bola, e um pouco mais de paciência de seus armadores. Com isso, caía por terra o plano do Philadelphia de tirar a liberdade do Lakers na armação das jogadas. Além, é claro, de roubar algumas bolas.

O grande lance de Phil Jackson foi tirar a bola das mãos de Kobe Bryant. Isso mesmo, a segunda estrela do Lakers começou a série mais preocupada em aparecer do que em ganhar o título. Por isso, foi tão mal no primeiro jogo, desperdiçando uma série de ataques.

Ao seu melhor estilo zen, Phil passou a manobrar a bola no perímetro. Com isso, apostou nos arremessos de jogadores como Robert Horry, Rick Fox, Brian Shawn e Derek Fisher. Arremessos que desnortearam a marcação do Philadelphia. Afinal, Kobe Bryant ainda era (e foi) um perigo constante. Sem falar em Shaq, que não era mesmo páreo para Dikembe Mutombo.

Ou seja, Phil Jackson colocou à toda prova a sua tática dos triângulos, abrindo três opções ofensivas para a equipe: a primeira, com Shaq; a segunda, com Kobe; e a terceira com a artilharia perimetral, abastecida com bombas de três pontos.

E o que fez o Philadelphia? Nada, não teve resposta. O 76ers era mesmo um time totalmente dependente de Allen Iverson. Já foi escrito nesta coluna que ele precisaria de ao menos 50 pontos para levar o time à vitória. No primeiro jogo, 48 foram suficientes. Mas nos quatro restantes não chegou aos 40.

A falta de reação do Philadelphia levanta novamente a suspeita na eleição de Larry Brown como o melhor treinador da temporada. E ainda mais se levado em conta que a tática de marcação pressão foi considerada por alguns analistas norte-americanos como um grande erro. Eles acreditam que o esquema desgastou ainda mais a equipe, já que exigiu um esforço enorme de marcação. Com isso, o time perdeu fôlego no ataque, minando as forças nas pernas para os arremessos. O que se torna ainda mais complicado num time que chegou à decisão com muitos jogadores machucados, alguns deles atuando no sacrifício.

Phil Jackson, enfim, soube evitar o veneno do 76ers. E ainda tinha uma carta na manga que se mostrou fundamental: a marcação de Tyrone Lue sobre Allen Iverson. Antes mesmo dos playoffs, a escolha de Lue para a relação final de jogadores causou polêmica. Esperava-se que o escolhido fosse o armador Mike Penberthy, um novato que fez grandes atuações na temporada regular. Mas Phil escolheu Lue. E o resultado, bem...

Dinastia caipira

Se Phil Jackson reina nos EUA, por aqui também temos a quem coroar. O técnico Hélio Rubens deu o primeiro passo para a conquista do seu quinto título em 11 anos do chamado Campeonato Nacional. Isso, com um Vasco que perdeu seus dois principais jogadores, que representavam muito mais do que metade do poderio ofensivo da equipe.

Mas não significa que o time carioca já pode comemorar o título, mesmo após a vitória na casa do adversário, em Ribeirão Preto. O próprio Hélio Rubens pode lembrar a lição do campeonato de 1999: na época, o Vasco também venceu o primeiro jogo fora de casa, contra o Franca, que era dirigido por... isso mesmo, Hélio Rubens. E qual foi o resultado final? Franca reagiu e ganhou o título em pleno Maracanãzinho, no Rio. Ou seja, o Vasco deu um passo, mas ainda não colocou a mão na taça.

 

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