Os dois últimos jogos das finais da NBA deixaram a impressão que o Los
Angeles Lakers foi punido, nesta série contra o Philadelphia 76ers, pela sua
própria superioridade. Isso mesmo, o time de Shaq e Kobe é tão superior que
só poderia ser derrotado por si mesmo.
O Lakers só perdeu a chance de se tornar o único campeão invicto dos
playoffs por estar sobrando na quadra. Ao ganhar todos os jogos decisivos da
Conferência Oeste, a equipe foi "punida" com nove dias de descanso. Após
bater Portland, Sacramento e San Antonio, o time teve de esperar pelo
adversário do Leste. Uma espera que fez a equipe perder seu ritmo. E entrar
de salto alto no primeiro jogo da final.
A segunda partida foi dramática, pois o Lakers sabia que uma nova
derrota iria praticamente decretar sua sorte na série. Como sobreviveu, o
resto passou a ser uma tarefa de recuperar o ritmo. Foi assim nos dois
últimos jogos, quando o Philadelphia mal pôde se aproximar no placar. Foram
10, 15, até 22 pontos de confortável vantagem.
Desde o início, era evidente que o Lakers tinha mais time, e que o
Philadelphia teria de depender, e muito, de Allen Iverson. Com 48 pontos do
cestinha, a equipe venceu a primeira batalha. Eu acreditava que seriam
precisos pelo menos 50 pontos de Iverson para, pelo menos, engrossar a
partida. Nos últimos três, ele não chegou a 40. Resultado: derrotas.
O Lakers tem mais conjunto, mais estrelas, mais coadjuvantes. Na
parte de comando técnico, Larry Brown levou vantagem, ao ministrar a
eficiente marcação na saída de bola. Mas Phil Jackson teve apenas de
consertar essa falha na sua equipe e pronto. O Philadelphia não encontrou
uma nova resposta para deter a máquina de Los Angeles.
Pode-se dizer que a série está encerrada. O Lakers jamais perdeu três
jogos seguidos sob o comando de Phil Jackson. E não acredito que será
possível agora. O próximo jogo, nesta sexta, ainda será na Philadelphia,
quando o 76ers tentará ao menos impedir a festa do adversário dentro de sua
casa. O Lakers pode fazer como na temporada passada, quando preferiu
comemorar o título diante de sua torcida, após duas derrotas em
Indianápolis.
O 76ers foi valente. Esteve próximo de um título que ninguém, além
de sua própria equipe e torcida, acreditava. Mas isso só foi possível mesmo
graças à grande superioridade do Lakers, que sobrou nesta reta final (não
perdia desde 1º de abril) e que será muito difícil de ser batido, se
continuar com a química perfeita entre Shaq, Kobe e Jackson.
Correção
O internauta Carlos Alberto Anciutti Pessoa escreve para apontar um
erro, com toda a razão: não existe marcação sob pressão, como foi escrito
nesta coluna. A marcação é com pressão. Pode soar estranho, mas essa é a
regra, não do basquete, mas da gramática.