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Surdos e cegos têm cobertura especial da Copa na Granja

30 mai 2014 - 09h51
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Língua de sinais identifica craques da Seleção Brasileira:

Mão aberta acima da cabeça, como se fosse um topete, para representar o jogador Neymar. Mão no bigode para simbolizar o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, o Felipão. Mão com dedos abertos para mostrar as traves  para identificar um gol. É assim que surdos que estão cobrindo os treinos na Granja Comary, em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, fazem para se comunicar com os internautas que assistem a um programa especial que busca inclusão de surdos, mudos e também cegos no noticiário da maior paixão nacional.

Exibido pelo site www.tvines.com.br, o Super Ação é um dos programas da TV Ines, do Instituto Nacional de Educação de Surdos, entidade referência na educação de surdos no país, e da Associação de Comunicação Educativa Roquette-Pinto (Acerp), que é exibido na web. O site está no ar há um ano.

Acompanhados da intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) Andreza Macedo, os apresentadores Clarissa Guerretta e Renato Nunes fizeram perguntas em coletiva de imprensa e produziram reportagens sobre a história vitoriosa do técnico Felipão e do coordenador técnico da Seleção, Carlos Alberto Parreira.  O programa tem legendas, áudio e sinais de Libras, para que todos possam acompanhar o noticiário esportivo.

<p>TV Ines apresenta programas na Língua Brasileira de Sinais (Libras)</p>
TV Ines apresenta programas na Língua Brasileira de Sinais (Libras)
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Professora de Libras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Clarissa afirma que cerca de 3 mil pessoas acessam o canal e diz que seu principal desafio na cobertura é encontrar espaço, em meio a tantos jornalistas, para fazer os sinais e se comunicar. “É a primeira vez que um surdo participa de uma coletiva de imprensa. É necessário que a gente esteja sempre com um intérprete, porque eu e a intérprete somos como uma pessoa só, para que que eu possa entender e me fazer entender”, diz Clarissa.

Sinais, aliás, que eles, como usuário de Libras, têm liberdade para criar: os apresentadores identificam o jogador Hulk, por exemplo, não apenas soletrando o nome dele, mas inventaram um símbolo único, com as mãos fortes como o personagem da história em quadrinhos. E, depois, difundem o símbolo para a comunidade surda, de 9,7 milhões de pessoas no Brasil (5,1% do total da população), segundo o Censo 2010 do IBGE.

“Os surdos se interessam mais porque sabem que tem a língua dos sinais para o que estamos transmitindo”, afirma Renato. 

Fonte: Terra
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