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Vasseur e o início da Ferrari: a culpa (ainda) não é dele

Frederic Vasseur vai tendo cada vez mais ciência da situação da Ferrari e ainda pode jogar a culpa no passado. Mas o tempo vai passando...

1 jun 2023 - 11h49
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Frederic Vasseur: o início na Ferrari tem sido mais difícil do que o esperado
Frederic Vasseur: o início na Ferrari tem sido mais difícil do que o esperado
Foto: Scuderia Ferrari / Divulgação

Muitos ficaram aliviados quando a Ferrari anunciou a saída de Mattia Binotto do comando da equipe. A mudança representaria a vinda de uma nova abordagem e tirar a esquadra italiana de uma aparente letargia, de uma postura conformista diante das adversidades e olhar para o futuro.

Binotto tinha o apoio do comando, especialmente de John Elkann, o todo poderoso Presidente do Conselho de Administração da Ferrari. Entretanto, com a chegada de Benedetto Vigna ao posto de comando, as coisas começaram a mudar e buscando resultados mais rápidos, Binotto foi sacado.

O ex-CEO e chefe de equipe da Sauber Frederic Vasseur veio com a missão de transformar a visão do time. Talvez em um cenário bem semelhante ao que seu compatriota Jean Todt encontrou em meados de 1993. Naquela época, a Ferrari tinha um jejum de 14 anos e era um verdadeiro atoleiro técnico-organizacional.

Por enquanto, o trabalho não tem aparecido tanto para o grande público. Embora se tenha um festival de vazamentos e informações não confirmadas, aos poucos temos resultados concretos: a saída de David Sanchez para a McLaren; o deslocamento de Wolf Zimmermann, o “mago” dos motores, para o projeto de 2026; a reestruturação do time de estratégia, com Iñaki Rueda ficando em Maranello nos dias de corrida e o anúncio de que Laurent Mekies, atual Diretor Esportivo, vai para a AlphaTauri no final do ano.

É pouco para a massa ferrarista. Como diz um ditado muito usado aqui, é difícil dar um cavalo de pau em um transatlântico.

Embora seja uma marca extremamente sedutora e aparentemente sem limites de caixa, a Ferrari tem seus percalços: há uma eterna briga política interna e um festival de emoções. Esta situação acaba afetando o desempenho, que não tem paciência para resultados ou confiança em caminhos. Usando o termo citado por Binotto e Elkann, é a “política da porta giratória”, que é sempre tendo gente entrando e saindo, sem tempo de fazer um trabalho de mais longo prazo.

Vasseur ainda se vê amarrado a um carro que foi concebido sob o comando de Binotto. Entretanto, a narrativa da “herança maldita” vai perdendo força e o francês começa a se parecer cada vez mais com o seu antecessor no sentido de salvaguardar o time de suas falhas.

Sem contar que tem enfrentado questões internas para delimitar seu papel dentro da Ferrari, já que o CEO Vigna tem se mostrado bem “participativo” em questão da área esportiva. Bem como a dificuldade de atrair profissionais para a Itália, já que as condições trabalhistas e de impostos são um pouco mais rígidas do que no Reino Unido.

A Ferrari sabe que precisa de um novo norte e de calma para ajustar o rumo. Ao menos para o grande público, a estratégia de Vasseur não é tão clara. Porém, o desenvolvimento para 2024 já pode ser impactado e os italianos não querem se dar ao luxo de passar uma temporada em situação longe de disputar vitórias.

Vasseur ainda pode julgar a culpa nos outros. Mas o tempo está passando.

Parabólica
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