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Alemanha faz festa completa com 1º título pós-reunificação

13 jul 2014 - 19h04
(atualizado às 19h15)
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Neste domingo, a festa é completa, está em todos os lugares. Nunca a Alemanha conquistou um título sem contar com o adendo “Ocidental” em sua nomeação. Depois de vencer a Argentina por 1 a 0 com gol de Mario Götze, a equipe de Joachim Löw coloca mais de 80 milhões de pessoas em festa completa pela primeira vez na história, depois de 24 anos do último título e da reunificação.

Todas as taças foram levantadas depois do término da Segunda Guerra Mundial, que teve como consequência o loteamento da cidade, divisão simplificada como: parte do Ocidente, capitalista, e parte do Oriente, socialista.

Alemães comemoram o tetracampeonato conquistado em cima da Argentina no Maracanã após a vitória por 1 a 0
Alemães comemoram o tetracampeonato conquistado em cima da Argentina no Maracanã após a vitória por 1 a 0
Foto: Sergio Moraes / Reuters

Em 1954, a Alemanha Ocidental foi campeã pela primeira vez, já com essa diferenciação, iniciada em 1950. Havia a seleção alemã oriental e ainda a seleção de Sarre – a área foi um protetorado francês durante os anos 50. O título veio no episódio conhecido como “Milagra de Berna”, na Suíça: a equipe levou 2 a 0 da Hungria, mas conseguiu a virada por 3 a 2 para se sagrar vencedora do Mundial.

Na madrugada de 13 de agosto de 1961, o governo da República Democrática Alemã construiu um muro dividindo Berlim, impedindo o livre trânsito entre as áreas capitalista e socialista e, geopoliticamente, separando o mundo em dois grandes blocos tutelados por Estados Unidos e União Soviética. Na parte Ocidental, o futebol floresceu ainda mais, já que já estava em vantagem por manter a organização e a sede da federação dos tempos pré-Guerra Fria.

Em 1974, a Alemanha Ocidental sediou sua edição de Copa do Mundo e novamente ficou com a taça, para alegria de parte de sua população. Foi o ano do carrossel holandês comandado por Johan Cruyff, apelidado de "Laranja Mecânica", e do Brasil pós-Pelé, que terminou semifinalista. Na final, os germânicos levaram a melhor sobre a Holanda por 2 a 1 e conquistaram o bicampeonato. Ainda não havia qualquer contato com a parte oriental do país.

Mesmo o terceiro título não pôde ser celebrado totalmente pelas partes. A Copa do Mundo, sediada pela Itália, teve início em 8 de junho de 1990. Desde o final de 1989, a fronteira entre as duas Alemanhas estava aberta, possibilitando às pessoas transitar entre os dois mundos. O Muro de Berlim teve sua queda celebrada em 9 de novembro. O bloco comunista entrava em colapso, e uma onda revolucionária e distúrbios civis varriam o leste europeu, bem como a parte oriental do território germânico.

Em 8 de julho de 1990, a Alemanha Ocidental venceu a Argentina por 1 a 0 e garantiu o tri. As negociações pela reunificação do território já estavam em estágio avançado, mas foi só depois da Copa, em 3 de outubro, que ela finalmente aconteceu, incorporando o território da República Democrática Alemã à República Federal da Alemanha. A medida gerou impacto econômico, recessão e inflação. O país era, como havia sido desde 1871, um só.

Como um só, a Alemanha não teve mais chance de comemorar um título de Copa do Mundo. Caiu nas quartas em 1994 e de novo em 1998. E a partir de 2002 foi pelo menos semifinalista. Naquele ano, perdeu a final para o Brasil de Luiz Felipe Scolari, na Coreia e no Japão. Em 2006, sediou novamente o Mundial, mas perdeu para a Itália na semifinal, na prorrogação. Quatro anos depois, teve a Espanha como algoz.

Neste domingo, depois da vitória no Maracanã, a geração alemã comandada por Joachim Löw, responsável por massacrar o anfitrião Brasil na semifinal, finalmente faz a festa de forma completa. Não só no Rio de Janeiro. Na Alemanha, nas partes ocidental e oriental, agora tetracampeãs mundiais.

Fonte: Terra
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