Santos - A cada final de treino, Geninho enfrenta a mesma rotina: responder a perguntas sobre possíveis reforços. Há alguns dias, talvez cansado de sempre dizer que não está sabendo de nada, o treinador do Peixe decretou: “Olha, vocês querem saber de uma coisa? Se reforços não chegarem, tudo bem. Eu acho que esse time jovem vai jogar. Comigo, eles vão jogar”, garantiu o treinador.
A análise do técnico do Peixe tem alguns motivos. Antes de tudo, ele considera que o jovem elenco possui enorme potencial. E talvez mais importante: dinheiro ajuda, mas não garante nada. “Grana é importante porque te dá a segurança do salário em dia. Mas não forma um grande time”, decreta o discípulo da tese de que o dinheiro não compra a felicidade.
Felicidade, para os santistas, é o mesmo que troféus. E os números estão com Geninho. No primeiro semestre de 2000, a diretoria alvinegra gastou o que não tinha: R$ 20,5 milhões para montar uma equipe de medalhões. Disputou 35 partidas e venceu 16. Um índice de aproveitamento de 45%.
Neste ano, a porcentagem de vitórias é maior: 51%. Foram 14 triunfos em 27 jogos. E em 2001, o Santos investiu R$ 300 mil no empréstimo de Russo. “Não estou preocupado, só vou colocá-los pra jogar”, diz Geninho, animado com o a garotada.
Geninho quer fazer do Santos imagem e semelhança do Paraná Clube, campeão do Módulo Amarelo da Copa João Havelange. “Aquele time era muito forte. Não tinha estrelas, mas o grupo era muito unido. Ganhamos do Remo com 60 mil pessoas no estádio do Mangueirão. Depois ganhamos na final do São Caetano em pleno Parque Antarctica”, relembra o ex-técnico do Paraná.
E ele acredita que o Santos, que está prestes a iniciar a disputa no Campeonato Brasileiro, pode repetir a dose e surpreender.