São Paulo - O quinto lugar no primeiro turno do Gauchão e a terceira colocação no returno encheram de vergonha os torcedores do Internacional. Mas, se eles tinham esperança de ver um time forte com a camisa vermelha no próximo Brasileiro, entraram nesta segunda-feira desestimulados pelas palavras do presidente do clube, Fernando Miranda.

“Não vamos cometer atos irresponsáveis só para reforçar o time”, irritou-se Miranda diante das perguntas sobre possíveis contratações. “Vamos manter nossa filosofia”.

O Inter vai receber do Barcelona US$ 11,7 milhões em três parcelas, pela venda do volante Fábio Rochemback. A partir disso, os colorados passaram a falar em nomes como Capone, do Galatasaray, Fernando, do Juventude, e outros, para afastar o medo de cair para a Segunda Divisão no próximo Brasileiro. As perguntas sobre reforços soaram naturais, já que desde que a atual direção assumiu o clube, em janeiro de 2000, o Inter só formou equipes frágeis, que não se classificaram para as decisões das sete competições que disputou desde então. A declaração do presidente veio se somar a outras do mesmo tom.

“Já fizemos muitas coisas boas, pois estamos saneando o clube. Nossa filosofia, sobretudo na parte de fixar teto para salários, está sendo copiada por grandes clubes”, orgulha-se o diretor de futebol João Patrício Herrmann.

“Não troco a nossa filosofia por um título”, disse na semana retrasada o vice-presidente de futebol, Márcio Abreu.

Somadas a uma afirmação do supervisor João Paulo Medina, de que os frutos só virão daqui a cinco ou seis anos, essas palavras já irritaram a torcida a ponto de ela apedrejar o portão de saída dos dirigentes e jogadores. Depois do 0 a 0 no Gre-Nal de domingo, que não afastou o perigo de o Inter baixar para o quarto lugar no returno, o célebre portão 8 ficou fechado e guardado por policiais.

O Inter tem ainda um jogo a cumprir, domingo, contra o São José. Dênis, que ficou 50 dias curando uma torção no joelho direito, torceu o esquerdo no Gre-Nal de ontem e fará exames nesta segunda-feira. O técnico Cláudio Duarte tem contrato até 7 de julho, mas os dirigentes não garantem sua permanência no cargo.

L!Sportpress