Belo Horizonte - Com a licença do presidente do clube, Nélio Brant Magalhães, a partir de segunda-feira, outras mudanças acontecerão na diretoria do Atlético. Uma delas deve ser a transferência do vice-presidente de Futebol, Sérgio Batista Coelho, para a área administrativa. Dessa forma, o presidente do Conselho Deliberativo, Alexandre Kalil, acumularia duas funções, tornando-se o homem forte do futebol no clube.

Sérgio Coelho revelou que Ricardo Annes Guimarães, primeiro vice-presidente do Atlético, que vai assumir a presidência, disse que, tão logo esteja no cargo, fará uma reformulação administrativa no clube. Os dois conversaram sobre o assunto nas reuniões que levaram à decisão de Nélio Brant pedir licença por 90 dias.

“O Ricardo me perguntou se aceitaria trabalhar na parte administrativa. Não tenho amor a nenhum cargo. Disse a ele que estou no Atlético para ajudar, mas existiria a dificuldade em cuidar da parte administrativa e do futebol. É difícil fazer as duas coisas. Entrego o cargo de mãos beijadas", afirmou o vice-presidente de Futebol, que está descansado em Porto Seguro, interior da Bahia.

Se confirmadas as mudanças na diretoria, o presidente do Conselho Deliberativo, Alexandre Kalil, passaria a mandar no futebol. Durante o Campeonato Brasileiro de 1999, quando o Galo ficou em segundo lugar, Kalil esteve em algumas ocasiões na Vila Olímpica, para dar bronca nos jogadores, depois de derrotas. Uma pessoa ligada ao Atlético, que pediu anonimato e conhece bem os bastidores do clube, garantiu que existe um movimento dentro da diretoria para afastar Nélio Brant definitivamente da presidência. “Nélio entrou por contingência na chapa que disputou com Paulo Cury, quando na verdade ela era de Alexandre Kalil (atual presidente do Conselho Deliberativo do clube). O Nélio é um estranho no ninho e não será surpresa alguma se acabar se afastando em definitivo, por causa das pressões", explicou a fonte.

Segundo o informante, o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, estaria fazendo tudo veladamente para “detonar o Nélio Brant" sabendo usar bem os amigos que tem na imprensa. Conhecedor da vida do clube, ele disse que o afastamento de Alexandre Kalil não se deve a uma briga com o presidente. “Houve desentendimentos, sim. Coisas normais, não suficientes para causar uma cisão entre os dois", disse. “O Kalil viu que o Atlético ia entrar num buraco e que teria o seu aval. Para não se envolver, criou esta história de rompimento", acrescentou.

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