São Paulo – Os dias da Ferrari e de outras montadoras de automóveis na F-1 estão contados. O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo jornal italiano “La Repubblica”, vinculado ao grupo Fiat, que tem a escuderia de Fórmula 1 como uma de suas empresas. O jornal dá como certa a decisão das empresas em criar um novo campeonato de automobilismo.
Segundo o “La Repubblica”, o acordo entre o todo-poderoso da F-1, Bernie Ecclestone, e a o magnata da TV alemã, Leo Kirch, dividindo as ações da empresa que controla a categoria, não agradou a empresa italiana e outras montadoras de carros européias que, hoje, são a alma da F-1.
A ruptura, no entanto, não tem data para ocorrer. O grupo alemão que tem os direitos de transmissão da categoria, diz que as montadoras , por contrato, têm obrigação de participar do Mundial até 2007.
O grupo de comunicação alemão Kirch assumiu o controle dos direitos de transmissão da Fórmula 1, conforme o acordo assinado em fevereiro com a sociedade de direitos audiovisuais EM.TV. A EM.TV, com a ajuda de US$987,5 milhões da Kirch, aumentou sua participação na sociedade de exploração dos direitos audiovisuais da Fórmula 1, SLEC, de 50% para 75%, segundo um comunicado da própria empresa. A SLEC foi a empresa criada por Ecclestone para gerir o negócio. Ele continua com os restantes 25% da companhia e ainda tem um grande poder de decisão nos destinos da categoria.
A reação das fábricas de automóveis acontece porque as empresas acreditam que, a partir de 2004, as corridas da categoria sejam transmitidas apenas pelo canal de televisão a cabo que pertence a Leo Kirch.
A Ferrari não está sozinha no barco dos descontentes. Daimer Chrysler, BMW, Renault e Ford também estudam a criação desse campeonato paralelo. A ameaça de ruptura, no entanto, parece mais uma jogadora para reforçar o poder das montadoras, que estão de olho nos 25% de Ecclestone e no poder de organizar o campeonato, do que uma ameaça real.
O presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), entidade que, teoricamente, é a responsável pela categoria, faz pouco da ameaça das montadoras. Max Mosley já declarou ao jornal italiano “Gazzetta dello Sport” não acreditar nessa hipóteses. ``Mas se acontecer, teria que ser sob o comando da FIA''.