Brasília - A pouco menos de dois meses do fim da lei do passe, o deputado Paulo Paim (PT-RS) quer estendê-la até 2003.
De acordo com a nova lei Pelé, aprovada em julho do ano passado, a partir do dia 26 de março de 2001 o jogador de futebol terá direito de atuar onde quiser e optar pela melhor oferta de emprego, sem a interferência do clube esportivo que detém seu passe. Preocupado com a ameaça de que o fim da lei do passe represente desemprego e desestímulo aos investimentos dos clubes na formação de atletas nas categorias de base, Paim apresentou ontem um projeto com o objetivo de prorrogá-la.
Segundo o deputado, jogadores e dirigentes de clubes desportivos temem que as mudanças na legislação tragam prejuízo ao futebol brasileiro. "Eles dizem que, se a lei ficar exatamente como está, sem nenhuma redação que busque algum equilíbrio, não vai haver vontade, por parte dos clubes, de investir nas categorias de base. Existe uma certa ingenuidade de algumas pessoas que acham que nós não vivemos em um sistema capitalista. Nenhuma empresa vai investir naquilo que não lhe dá nenhum dividendo", analisa.
Para o presidente da Federação Metropolitana de Futebol de Brasília, Weber Magalhães, o interesse pelo fim da lei do passe não é unanimidade entre os jogadores. Segundo ele, a mudança na lei é preocupante e vai beneficiar apenas um pequeno grupo de atletas. "A maioria dos jogadores não teria interesse na questão do passe. Nós estamos vendo aí muitos jogadores em situação difícil já pensando nesta nova lei. Os clubes estão investindo, trabalhando e de repente poderão ter seus atletas de nome sendo negociados, sem receber nada".
Paim quer promover debates na Comissão de Trabalho com jogadores, dirigentes de clubes e empresários da área esportiva para discutir alternativas que assegurem a liberdade do jogador para negociar o seu passe, mas que garantam também um incentivo para que os clubes continuem investindo nos atletas.