Atibaia, SP - A velocidade será a nova estratégia do São Caetano para surpreender o Palmeiras no segundo jogo das quartas-de-final da Copa João Havelange, sábado, às 16 horas, no Palestra Itália. A mudança é resultado dos problemas que a diretoria do clube encontrou para tentar antecipar o julgamento do atacante Adhemar, expulso no último jogo.

A idéia era conseguir um efeito suspensivo que possibilitasse sua escalação. Contudo, a demora na emissão da súmula com o relatório do árbitro Alfredo Santos Loebeling comprometeu o plano.

Com isso, o mais cotado para ocupar a vaga no ataque ao lado de Vagner é o velocista Zinho, embora o técnico Jair Picerni faça questão de manter um certo suspense. "Ainda temos um tempo para resolver essa questão", disse. A alteração vai obrigar o treinador a modificar todo o esquema de jogo da equipe, hoje baseado na cadência ofensiva.

Com Adhemar em campo, a bola fica mais tempo no ataque, resultado do bom toque de bola e das faltas por ele sofridas e cobradas. "Mas se a opção for pelo Zinho, certamente nossa ligação do meio-de-campo para o ataque vai ter de ser mais rápida", explicou Picerni.

O insucesso das movimentações nos bastidores não abalou Adhemar, artilheiro da equipe com 19 gols. Apesar de admitir que está frustrado por não poder estar em campo no sábado, o atacante procurou manter o alto astral e a simplicidade que vêm marcando sua personalidade. "Vou treinar normalmente e torcer para que tudo corra bem. Dessa forma eu terei outras chances de jogar ainda nesse torneio" disse.

Bronca - A única coisa que ainda incomoda o atacante foi a atitude de Loebeling no domingo. O jogador assegura que não fez nada que justificasse o cartão vermelho. "Apenas reclamei pelas seguidas entradas duras que o Galeano vinha dando durante toda a partida", explicou. "Mas o juiz interpretou como se eu o tivesse ofendido. Não sei o motivo."

Para Picerni, o lance da expulsão de Adhemar foi o único erro cometido pelo árbitro. Apesar disso, ele está convicto de que sua atitude ao entrar no campo para reclamar com Loebeling foi correta. "Entrei para defender minha equipe. Eu tinha de dizer algumas verdades para ele (árbitro) naquele momento", observou.

Alegria - Um dos segredos da boa campanha do São Caetano no campeonato é o sistema de trabalho desenvolvido pelo preparador físico Flávio Oliveira. Sua metodologia privilegia um item básico: a alegria. "Sessões de treinamento físico são muito entediantes. Por isso, procuro sempre colocar uma dose a mais de motivação e dinamismo para levantar o astral do grupo", explicou.

Mas ele lembra que, se não houver integração dos jogadores, o objetivo nunca será alcançado. Portanto, em seus quase dois anos no clube, Oliveira procura introduzir na preparação física uma dose de psicologia. Ele analisa individualmente os atletas e, em muitos casos, substitui os treinos por uma boa conversa.

"Eles (jogadores) também têm problemas em casa e nós procuramos considerar cada um desses detalhes para tirar o máximo deles a cada jogo, pois nosso trabalho também depende dos resultados", afirmou. "Então, atuamos na filtragem desses problemas pessoais e permitimos que apenas coisas boas cheguem ao Jair (Picerni)."

Agência Estado