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Ninguém entende a matemática das regatas
Sexta-feira, 29 Setembro de 2000, 19h19

Sydney - A vela não é nem de longe um esporte popular no Brasil, como ocorre em alguns países da Europa, como a Alemanha e a Suécia. O próprio ranking mundial é prova disso -conta pontos do campeonato europeu e não considera o Sul-Americano.

Ver regatas já é difícil para quem conhece - os barcos velejam longe da costa, distante do público. Ainda mais difícil para quem não tem o hábito de acompanhar esse tipo de prova.

Resta a televisão e as imagens que vão sendo captadas de barcos que acompanham as regatas. Na decisão da medalha de ouro nos Jogos de Sydney, as regras da vela ganharam evidência em função do elevado número de protestos apresentados ao júri e da confusão que marcou a regata final.

Em disputas acirradas, como a de Ben Ainslie e Robert Scheidt, pela medalha de ouro na classe Laser, são comuns os "pegas", como em uma corrida de carro, por exemplo. São esbarrões entre os barcos e manobras bruscas, em busca do melhor vento, atos que nem sempre estão dentro da série de regras determinadas pela Federação Internacional de Vela (Isaf).

Foram 11 as regatas do torneio olímpico em seis dias de competições (as regatas são adiadas ou postergadas quando não há vento suficiente para velejar -Scheidt considera ideais ventos de 12 nós de velocidade). Cada velejador tem direito a descartar os dois piores resultados, após a quinta e a nona regatas. Cada resultado equivale ao número de pontos que o iatista vai somando. Se foi segundo colocado soma 2 pontos, se foi 10.º soma 10, e assim por diante. Os descartes fizeram a diferença em Sydney e o inglês jogou com isso.

Scheidt chegou ao último dia do torneio, jogando fora os seus piores resultados: os 23 pontos da terceira regata, e os 21 da sétima. O inglês havia descartado 23 pontos da primeira regata e 11 da sétima. Mas as duas últimas corridas mostraram o quanto essa matemática pode ser complicada. Scheidt foi segundo na décima e penúltima regata, com Ben em quinto.

Já considerados os descartes Scheidt tinha 25 pontos contra 34 do rival, uma vantagem de 9. O que parecia tranqüilo mudou radicalmente na 11ª e última regata. Scheidt foi 22º em uma corrida de recuperação e o inglês o 37º. Esses resultados passaram a ser os descartes dos velejadores ao invés dos anteriores. Ben trocou o seu descarte de 11 pontos pelos 37 e Scheidt os 21 pelos 22. É óbvio que nessa matemática Ben levou vantagem. O torneio terminou com Ben em primeiro e 45 pontos e Scheidt em segundo e 46 pontos.

Depois da regata, Ainslie acusou Scheidt de infringir o direito de passagem na primeira bóia. Scheidt também fez seu protesto aos juízes, dizendo que o britânico "veio por baixo e colocou o barco no vento" no momento da largada. O juiz Glenn Bourke examinando vídeos decidiu que o protesto de Ainslie seria mantido e o brasileiro foi desclassificado.

Com isso Scheidt foi desqualificado da 11ª e última regata - quando isso ocorre o velejador passa a ser o último entre os participantes e perdeu 44 pontos ao ficar na 44ª posição. Outros dois protestos um referente à 10ª regata, contra o sueco Karl Sunelson, e outro que provocou a desclassificação do croata Mate Arapov nas 11 regatas da competição mexeram ainda mais uma vez na classificação.

Os iatistas já estavam de volta à Vila Olímpica e ainda não sabiam as suas pontuações. Mas na verdade a ordem das medalhas não mudou. Só a pontuação. O inglês ficou com 42 pontos e Scheidt com 44.

"São situações que se criam nas regatas, é muito difícil dizer quem tem razão, os protestos fazem parte da competição e o júri tem vídeo e outros mecanismos, como testemunhas, para apreciar", explicou o técnico Cláudio Bieckarck. Assim, com tantos protesto, mudaram os resultados das regatas 7, 9 e 10, mas não as medalhas. O australiano Michael Blackburn ficou com o bronze. Nem sempre quem chega na frente vai ser o primeiro. Os protestos podem ser decisivos na definição de uma regata.

Agência Estado

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