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Mercado Livre espera que a Black Friday deste ano supere a de 2024

Marketplace virou líder nas vendas online de eletrodomésticos na véspera da megaliquidação por conta da parceria com Casas Bahia; meta é trazer farmácias para a plataforma

28 nov 2025 - 19h17
(atualizado às 23h10)
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O Mercado Livre espera que a Black Friday de 2025 supere 2024 em vendas, mesmo com a disputa cada vez maior no comércio eletrônico.

Para esta edição, a companhia preparou diversas iscas para atrair os clientes: há cupons de desconto, frete reduzido e entrega mais rápida. Por outro lado, o grupo tem buscado compensar esses incentivos com ganho de escala, aumento de produtividade e diluição de custos.

"Com certeza há produtos que vão ficar com uma margem negativa. Mas também há produtos que darão lucro", disse o líder do Mercado Livre no Brasil, Fernando Yunes, em entrevista ao Estadão/Broadcast nesta sexta-feira, 28, no centro de distribuição da empresa em Cajamar (SP). "Em algumas categorias, a concorrência geralmente é mais agressiva, e o produto pode ficar com uma margem negativa. Mas também temos ações para ganhos de eficiências", ponderou.

Escassez de mão de obra foi um dos desafios desta Black Friday para o Mercado Livre
Escassez de mão de obra foi um dos desafios desta Black Friday para o Mercado Livre
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Nesta Black Friday, o Mercado Livre está oferecendo R$ 100 milhões em cupons de desconto, um aumento de 150% em relação ao mesmo período de 2024.

"Os cupons vão para as categorias que são mais estratégicas, onde queremos crescer e ganhar mais participação de mercado, e também onde a concorrência geralmente é mais agressiva", apontou Yunes, citando eletrodomésticos, smartphones e artigos de moda e beleza.

Há alguns meses, a empresa passou também a oferecer frete grátis para compras a partir de R$ 19 (antes era R$ 79). Segundo o executivo, isso aumentou "violentamente" os índices de conversão de compras após os clientes colocarem os itens no carrinho.

Além disso, a empresa abriu oito novos centros de distribuição este ano, chegando a 28. Com isso, 52% das entregas chegam à casa dos consumidores no mesmo dia ou no dia seguinte, enquanto 80% chegam em até dois dias.

Promoção verdadeira

Outra novidade foi a criação de um selo de autenticidade das promoções, com a ideia de afastar os anúncios ilusórios, com "descontos que correspondem à metade do dobro".

Dessa forma, só recebe o selo de Black Friday aquele vendedor que anunciar um preço pelo menos 5% mais baixo do que o menor preço já anunciado por ele mesmo nos 60 dias anteriores.

"Criamos um selo para dar segurança para as pessoas. O medo do consumidor na Black Friday é se deparar com fraudes", afirmou Yunes. Na véspera da Black Friday, quando o comércio já tem várias promoções, o desconto médio apurado pelo grupo nos produtos com selo foi de 33%.

O líder do Mercado Livre no Brasil observou ainda que o consumidor local está mais atento, portanto, é fundamental garantir que as promoções sejam concretas. "Vemos um consumo cada vez mais planejado e antenado. O consumidor está indo buscar informação para garantir que vai aproveitar esse momento."

Compensação

Para compensar a perda de margem provocada por esse conjunto de incentivos, o grupo tem buscado um contrapeso. Como exemplo disso, está o aumento de itens distribuídos por caminhão. Isso permitiu um corte de 8% nas despesas logísticas entre o segundo e o terceiro trimestres.

Além disso, já são empregados 500 robôs na separação de mercadorias, que ajudam a reduzir o tempo do processo de entrega e liberar a mão de obra para outras tarefas. Isso tem sido importante em cidades como Cajamar e Extrema (MG) — dois dos maiores polos de comércio eletrônico do País —, onde há escassez de trabalhadores.

Liderança em eletrodomésticos

Na quinta-feira, 27, véspera da Black Friday, o Mercado Livre rompeu uma barreira importante e há muito tempo desejada: ser líder na venda online de eletrodomésticos.

"Era a última categoria de produto que faltava para a gente conseguir conquistar a liderança", disse Yunes. Ele acredita que nesta sexta-feira, 28, o dia da megaliquidação, vai conseguir repetir esse feito.

A empresa nasceu vendendo itens menores de outras lojas e sempre teve uma logística dedicada para essa forma de operação. No entanto, nos últimos tempos começou a criar uma estrutura para comercialização de produtos de maior tamanho, como geladeiras e lavadoras.

Fernando Yunes, CEO do Mercado Livre no Brasil, diz que parceria com a Casas Bahia fez o marketplace liderar vendas online de eletrodomésticos na véspera da Black Friday
Fernando Yunes, CEO do Mercado Livre no Brasil, diz que parceria com a Casas Bahia fez o marketplace liderar vendas online de eletrodomésticos na véspera da Black Friday
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

Além disso, montou um novo centro de distribuição nas redondezas de Cajamar adequado para receber esses itens e treinou vendedores também.

O grupo já tinha como empresas participantes de seu marketplace Carrefour e varejistas especializadas em eletrodomésticos, como Fast Shop e Casa & Vídeo, e outras regionais como Gazin, do Paraná, Koerich, de Santa Catarina, e Le Biscuit.

No entanto, o ponto decisivo para quebrar essa barreira e liderar a venda de eletrodomésticos foi a entrada da Casas Bahia no marketplace, que ocorreu no início deste mês, disse Yunes.

"O tamanho da sinergia que tem as Casas Bahia foi importante. Por isso que o volume de venda acelerou muito rápido, foi um começo bem forte, surpreendente, e ajudou a gente ontem (quinta-feira, 27) a ser líder (nas vendas) de eletrodomésticos", afirmou.

Yunes não revelou qual foi o montante de vendas de eletrodomésticos que a empresa conseguiu atingir na quinta-feira. Ele declarou apenas que os números foram apontados pela consultoria Neotrust, que monitora as vendas no comércio online.

O executivo disse que a parceria com a Casas Bahia não é exclusiva e que a empresa estuda acordos semelhantes com outras varejistas regionais para reforçar a sua posição nos eletrodomésticos.

Remédios

Yunes disse que o Mercado Livre se prepara para agora crescer no e-commerce abrindo a venda de medicamentos. Recentemente, a companhia comprou uma farmácia porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não permite o modelo de marketplace na venda de medicamentos, isto é, trazendo as farmácias de terceiros para dentro do ecossistema

"Estamos conversando com a Anvisa para atualizar a regulamentação", afirmou o líder do Mercado Livre no Brasil. O executivo afirmou que o País está atrasado nesse ponto e que em outros países da América Latina onde a empresa atua, como México, Argentina, Chile e Colômbia, ela vende medicamentos de terceiros em seu marketplace.

"Gostaríamos que essa regulação avançasse no primeiro trimestre (de 2026) e aí a gente pudesse trazer as farmácias para venderem através do Mercado Livre", diz o CEO, ressaltando que, se isso ocorrer, o marketplace estará completo no mix de produtos.

Estadão
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