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Se aliássemos a Previdência Social à privada, poderíamos usufruir do melhor de cada uma

Temos diferentes objetivos, estruturas familiares e situações financeiras, e devemos considerar tudo isso no planejamento da aposentadoria

12 jan 2022 - 04h10
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Após anos trabalhando nesta indústria, é interessante olhar para trás e ver o avanço da previdência privada no Brasil. Desde a chegada dos planos PGBL e VGBL houve um crescimento significativo deste segmento que hoje já possui mais de R$ 1 trilhão em reservas. Mas será que a opção é melhor que a Previdência Social? Dá para acreditar em produtos bancários e de seguradoras?

No planejamento de longo prazo, temos de avaliar todas as variáveis disponíveis, tanto as que dependem de nós como as que não dependem. E tais questões normalmente carregam um ar de desconfiança, sugerindo até uma possível "batalha" entre as previdências. Uma versus a outra. Como se fosse uma partida de futebol ou um jogo em que o vencedor passa à próxima fase.

Particularmente, não acredito nessa disputa. Quando vejo o sinal "x", enxergo uma multiplicação. Imaginem só, a Previdência Social vezes (e não versus) a previdência privada. Uma impulsionando a outra. Afinal, em uma multiplicação, se um dos fatores é zero, o todo é zero também.

É preciso entender que cada uma tem pontos positivos e fraquezas. Alguns fatores importantes: a Previdência Social tem garantias de aposentadoria, morte, invalidez e auxílios; na previdência privada, essas coberturas geralmente precisam ser adicionalmente contratadas. A primeira garante o recebimento de ao menos um salário mínimo, já na segunda não há valor mínimo ou máximo para receber. Depende do planejamento do investidor.

Na Previdência Social os valores de contribuição são definidos e não podem ser alterados; na contratação do plano de previdência privada é possível fazer alteração nos valores de contribuição, resgates, portabilidade e escolha do fundo de investimento, de acordo com o seu perfil.

São muitas as diferenças e nessa avaliação moram as oportunidades. Não é preciso escolher entre as opções, mas usufruir do melhor que cada uma oferece. Temos diferentes objetivos, estruturas familiares e situações financeiras, e devemos considerar tudo isso no planejamento da aposentadoria, além de buscar ajuda especializada até estarmos mais confiantes no caminho a trilhar.

Na multiplicação, a ordem dos fatores não altera o produto. Então deixo aqui uma reflexão. Se conseguíssemos aliar uma à outra, poderíamos evoluir para um cenário em que a Previdência Social complemente a previdência privada. Assim, nossa sociedade estará bem mais preparada para uma longevidade inteligente e equilibrada. Afinal, uma coisa é certa: temos muitos anos de vida pela frente!

*GERENTE DE PRODUTOS NA BRASILPREV, LÍDER E ESPECIALISTA EM PREVIDÊNCIA PRIVADA

Estadão
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