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Petróleo fecha em queda, com temor por demanda global após piora da pandemia

26 abr 2021 - 16h47
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Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta segunda-feira, 26, com o recrudescimento da pandemia de covid-19 colocando em risco as perspectivas de recuperação da demanda pela commodity energética em 2021. O mau humor foi atenuado após o comitê técnico da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) demonstrar preocupação com a alta nos casos da doença na Índia, mas o óleo retomou trajetória de baixa antes do fim da sessão.

O barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho fechou em queda de 0,37% (-US$ 0,23), cotado a US$ 61,91 na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mesmo mês recuou 0,70% (-US$ 0,46), a US$ 65,65, na Intercontinental Exchange (ICE).

A piora da pandemia do novo coronavírus, com destaque para a Índia, tem sido motivo de temor para o setor de energia. O país, um dos maiores importadores de petróleo do mundo, registrou no último sábado, 24, sua maior taxa de infecções diárias pelo terceiro dia seguido. Hoje, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, classificou a situação da epidemia no país como "grave".

O cenário indiano da crise sanitária chamou a atenção também do comitê técnico conjunto (JTC, na sigla em inglês) da Opep+, que hoje manteve a sua projeção para a recuperação da demanda global em 2021, mas alertou para a alta nos casos de covid-19 na Índia, no Japão e no Brasil, segundo informou a Reuters. A notícia fez com que investidores especulassem sobre a possibilidade de o cartel segurar o aumento gradual previsto na sua oferta nos próximos meses, de forma a acompanhar a demanda indiana. Diante disso, o petróleo WTI chegou a virar para o positivo, em movimento que não se sustentou.

Apesar do alerta do JTC, o secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, disse enxergar sinais positivos para o setor de energia e a economia global, em postagem no Twitter. A Moody's, em nota divulgada hoje, expressou visão parecida com a do secretário-geral, ao afirmar que os preços do petróleo ganharão fôlego nos próximos 12 a 18 meses. A agência de classificação de risco alterou sua perspectiva para o setor de estável para positiva, projetando que o preço do Brent oscile entre US$ 45 e US$ 65 no "médio prazo".

No noticiário do setor, investidores ainda acompanharam a retomada nos trabalhos do porto de Hariga, no leste da Líbia, após um acordo entre a empresa e o governo de unidade nacional, o que deve aumentar a produção e a oferta de petróleo do país.

Estadão
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