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Moody's rebaixa nota da Petrobras e mantém projeção negativa

Há um ano a Moody's já havia rebaixado a classificação da empresa, citando a questão da alavancagem

22 out 2014 - 08h15
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Homem caminha diante da sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto de 11 de abril de 2014.
Homem caminha diante da sede da Petrobras no Rio de Janeiro. Foto de 11 de abril de 2014.
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

A agência de classificação de risco Moody's cortou na terça-feira os ratings da dívida da Petrobras e manteve a perspectiva negativa para a nota da estatal, citando a alta alavancagem e a dificuldade da empresa de repassar custos aos preços dos combustíveis.

Os ratings em escala global em moeda estrangeira e em moeda local da Petrobras foram rebaixados para Baa2, ante Baa1, ainda dentro do grau de investimento.

Há um ano a Moody's já havia rebaixado a classificação da empresa, citando a questão da alavancagem. Proporcionalmente à geração de caixa, a Petrobras é a petroleira com maior endividamento do mundo, disse analista de energia da Moody's para América Latina, Nymia Almeida.

A agência disse que a perspectiva negativa, que indica que a nota pode ser novamente rebaixada, considera a probabilidade de que o endividamento da empresa suba por conta dos preços internacionais do petróleo mais baixos - um recente desafio adicional para a empresa - e da flexibilidade limitada para reduzir custos.

"Definitivamente, a parte de produção é impactada quando o preço cai, (o petróleo) é o produto de exportação, e a empresa recebe menos dólares e menos reais proporcionalmente. O problema é saber se vai (o preço do petróleo) baixar mais", afirmou à Reuters Nymia Almeida.

O petróleo Brent, referência global da indústria, caiu a uma mínima de cerca de quatro anos abaixo de US$ 83 o barril na semana passada, devido a demanda baixa e oferta abundante.

Os preços mais baixos do petróleo afetam negativamente a operação de produção da companhia, num momento em que a Petrobras tem elevado a sua extração e tem meta de atingir crescimento de 7,5% (1 ponto para mais ou para menos) no bombeamento anual de petróleo.

A agência assinalou que, até 30 de junho, a dívida da Petrobras (Moody's ajustado) alcançou US$ 170 bilhões, um aumento de US$ 25 bilhões ante dezembro de 2013, principalmente como consequência do câmbio e perdas relacionadas à diferença entre os preços internacionais e locais da gasolina e diesel, além do financiamento para as despesas de capital.

"Embora a Petrobras tenha sido relativamente bem-sucedida na execução do seu ambicioso programa de capital e entregue agressivas metas de produção, a alavancagem continua a crescer em 2014, principalmente pela sua incapacidade de repassar os custos relacionados com derivados de petróleo importados", disse a agência em nota.

A alavancagem também tem crescido por conta da desvalorização do real ante o dólar e do "agressivo programa de investimento" da estatal, disse a Moody's.

A agência acredita que a alta alavancagem deve recuar de forma significativa somente bem depois de 2016.

Apesar do rebaixamento, a Petrobras mantém o grau de investimento, importante para garantir a captação de recursos por um custo mais baixo. Na escala da Moody's, a última nota dentro de grau de investimento é Baa3, uma abaixo da atual nota da Petrobras. Ou seja, mesmo que a estatal seja rebaixada novamente em um degrau, manterá o grau de investimento.

"Estar perto (da última nota de grau de investimento) é uma consequência do risco implícito da empresa", afirmou Nymia.

A Petrobras disse em nota que o rating de Baa2 é embasado por sua larga base de reservas e dominância na indústria do petróleo no Brasil.

"O rating da Petrobras considera também o suporte extraordinário do governo federal num cenário de estresse", disse a estatal em nota.

Perdas com combustíveis

A incapacidade da empresa de aumentar os preços locais dos derivados de petróleo em relação aos internacionais, por conta de controle exercido pelo sócio controlador, o governo, tem provocado grandes prejuízos na área de Abastecimento, notou a agência.

"O governo impediu aumentos nos derivados de petróleo a fim de controlar a inflação", frisou.

A analista disse, contudo, que preços mais baixos do petróleo também podem trazer algum alívio para a Petrobras, na medida em que a cotação da commodity pressiona os valores dos combustíveis comprados pela estatal no exterior e vendidos no mercado interno.

"A empresa é integrada (com produção e distribuição de combustíveis), ela tem esse benefício, se de um lado o preço do petróleo prejudica, de outro beneficia", disse a analista, comentando que os atuais preços internacionais dos derivados de petróleo, se sustentados a médio prazo, reduzem a defasagem entre as cotações no exterior e as de venda no mercado interno.

Com a queda dos preços dos derivados no mercado internacional, fica mais difícil justificar um reajuste de preços no Brasil, acrescentou.

E, mesmo que os aumentos de preços de derivados ocorram, continuou a analista, eles não serão "suficientes para mudar drasticamente o perfil da dívida no curto prazo".

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