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Lucro da Caixa sobe 23% no primeiro trimestre e chega a R$ 3,9 bilhões

'Foi surpresa positiva', avalia Pedro Guimarães, presidente do banco

24 jun 2019 - 09h08
(atualizado às 10h14)
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A Caixa anuncia lucro líquido de R$ 3,920 bilhões no primeiro trimestre, alta de 22,9% sobre o mesmo período de 2018. O resultado é atribuído pela administração a maiores receitas de prestação de serviços, redução das despesas de calotes (PDD) e estabilidade da margem financeira em relação ao primeiro trimestre de 2018. No quarto trimestre de 2018, o banco público teve prejuízo de R$ 1,113 bilhão.

O lucro recorrente ficou em R$ 3,870 bilhões, alta de 5,8% em 12 meses e de 740,8% sobre o resultado de R$ 460 milhões no trimestre anterior.

"A Caixa conseguiu prometer e cumprir muitas coisas em seis meses. O resultado no 1º trimestre foi uma surpresa positiva, eu não esperava algo tão forte", afirma Pedro Guimarães, presidente do banco. Depois de pagar antecipadamente R$ 3 bilhões ao Tesouro Nacional neste mês, ele anunciou há pouco que a instituição deve devolver outros R$ 7 bilhões à União nos próximos 30 dias e destacou que a venda de ações da Petrobras deve alcançar R$ 7,5 bilhões.

"Amanhã termina o follow-on histórico da Petrobras", afirmou Guimarães, durante coletiva de apresentação do balanço no primeiro trimestre do ano, citando a oferta subsequente de ações para saída do banco público da petrolífera. O presidente da instituição repetiu que a solidez da Caixa permitiu a antecipação do pagamento de R$ 3 bilhões ao Tesouro Nacional nesse mês. "Nenhum dos grandes bancos do Brasil têm um Índice de Basileia como o nosso", completou.

O índice de Basileia, que mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, foi de 20,1%, ante 19,6% no quarto trimestre e 18,3% no primeiro trimestre de 2018.

As receitas com prestação de serviços da Caixa aumentaram 2,3% em 12 meses, para R$ 6,5 bilhões, sendo 19,8% maiores as receitas de serviços com fundos de investimento e 8,5% as de convênios e cobrança bancária. Já as despesas de provisões para créditos de liquidação duvidosa caíram 24,4% ante o primeiro trimestre de 2018, para R$ 2,827 bilhões. Também influenciado por esse dado, o resultado bruto da intermediação financeira soma R$ 9,580 bilhões, 10,6% maior em 12 meses.

"Nosso balanço do segundo trimestre será histórico", afirma Pedro Guimarães, presidente da Caixa
"Nosso balanço do segundo trimestre será histórico", afirma Pedro Guimarães, presidente da Caixa
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil / Estadão

O indicador de inadimplência (acima de 90 dias) teve queda de 2,90% para 2,47% no comparativo de primeiro trimestre, mas subiu em relação ao quarto trimestre de 2018, quando era de 2,18%.

O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) ficou estável, em 15,8% em março de 2019.

O índice de Basileia cresceu 1,8 ponto porcentual em 12 meses, para 20,1%, e 0,5 p.p. sobre o quarto trimestre.

Em comunicado à imprensa, o banco destaca que "com o começo da nova gestão, a Caixa iniciou o processo de redirecionamento de sua estratégia, baseada nas premissas de ser um banco rentável e com foco na valorização da sociedade brasileira. Para tanto, foram definidos 7 eixos para os próximos anos, englobando: Meritocracia, Controle de Custo, Crédito, Governança, Monetização de Ativos, Mais Brasil e Legado."

"Nosso balanço do segundo trimestre será histórico", acrescentou Guimarães.

Crédito imobiliário cresce 3,3% e atinge R$ 447,4 bilhões

Junto com os dados do primeiro trimestre fiscal, a Caixa anunciou que o saldo de crédito imobiliário cresceu 3,3% sobre o mesmo período do ano anterior, para R$ 447,4 bilhões, dos quais R$ 270 bilhões (10,9% superior) com recursos do FGTS e R$ 177 bilhões (queda de 6,5%) com recursos próprios e SBPE. Em relatório da administração, o banco destaca que detém a liderança desse mercado com 68,8% de participação, ganho de 0,32 p.p. em 12 meses. Na comparação com o quarto trimestre, o aumento foi de 0,6%.

As contratações no período de janeiro a março deste ano no Programa Minha Casa Minha Vida somaram R$ 6,5 bilhões, ou 61 mil unidades, sendo 12,8% na Faixa 1,5 do programa.

A carteira de crédito comercial teve redução de 18% sobre o primeiro trimestre de 2018, para R$ 127,8 bilhões, com pessoa jurídica respondendo por R$ 46,7 bilhões em março de 2019, queda de 28,2%, e pessoa física com R$ 81,1 bilhões, 10,7% menor. Ante o quarto trimestre, os recuos foram respectivamente de 6,9%, 15,6% e 1,0%.

Em infraestrutura, o crédito cresceu 1,3% em doze meses, para R$ 83,7 bilhões, praticamente estável ante o quarto trimestre. Já o crédito rural ficou em R$ 7,3 bilhões, 5,3% maior que no primeiro trimestre de 2018 e 2,8 menor que no quarto trimestre.

Redução na publicidade e foco em pequenas empresas

Após despesas de R$ 1,1 bilhão em 2018 com publicidade e patrocínios, Guimarães destacou que os gastos com as duas rubricas somaram apenas R$ 14 milhões no primeiro trimestre deste ano. "Estamos reduzindo em 98% os gastos com publicidade e patrocínio", afirmou.

Ele disse novamente que a Caixa buscará contratar 2 mil pessoas portadoras de deficiências em 2019, para que o porcentual de inclusão do banco passe de 1,6% para 4,0%. O presidente da instituição também prometeu continuar aumentando a participação de mulheres em cargos de chefia, como vice presidências e diretorias.

Durante a coletiva, Guimarães também voltou a dizer que o foco da Caixa deve ser as pequenas e micro empresas. "Eu sempre digo que o foco da Caixa tem que ser a padaria do Seu Joaquim e não as empresas grandes, que fizeram o banco perder bilhões de reais", afirmou, comentando também o envolvimento do banco no caso da Odebrecht. "Uma grande companhia entrou agora em recuperação judicial e a Caixa fez o básico, que foi pedir as suas garantias. Se o banco tem garantias, por que não vai pedir?".

Estadão
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