Governo argentino anunciará medidas de ajuste fiscal e expansão dos gastos sociais na terça-feira
Com inflação anual próxima a 150% e pobreza de 40%, partido de Milei, La Libertad Avanza, será a terceira minoria na Câmara e Senado
O governo do ultraliberal Javier Milei, que tomou posse como presidente da Argentina no domingo, fará seus primeiros anúncios econômicos na terça-feira envolvendo um profundo aperto fiscal e aumento dos gastos sociais, disse seu porta-voz na segunda-feira.
O libertário Milei assumiu a Presidência da Argentina no domingo com a promessa de implementar um plano ortodoxo para colocar uma economia devastada pela inflação e pela pobreza de volta nos trilhos, embora os detalhes das iniciativas ainda não sejam conhecidos.
O anúncio das medidas "estará alinhado a um forte corte fiscal e alguma expansão nos gastos sociais", disse o porta-voz presidencial Manuel Adorni em uma coletiva de imprensa.
"Os problemas da Argentina ou o princípio de uma solução para esses problemas têm um foco econômico. Não há dinheiro e o equilíbrio fiscal será estritamente respeitado", disse o porta-voz mais cedo no dia.
O novo ministro da Economia, Luis Caputo, deve anunciar as primeiras medidas na terça-feira. Como o novo governo está em minoria no Congresso, espera-se que as iniciativas não precisem de apoio legislativo - como seria o caso da privatização de empresas ou da adoção do dólar como moeda - ou que não desencadeiem fortes controvérsias.
Em um contexto de inflação anual próxima a 150% e pobreza de 40%, partido de Milei, La Libertad Avanza, será a terceira minoria na Câmara dos Deputados e no Senado, muito atrás do peronismo - a primeira minoria - e da coalizão conservadora Juntos por el Cambio (JxC), que poderia apoiar algumas de suas iniciativas.
O mercado de ações da Argentina atingiu um nível recorde nesta segunda-feira, enquanto os títulos eram negociados em alta e o peso se mantinha estável.