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Como administrar o risco da perda de talentos nas startups 

19 jul 2022 - 02h00
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Jean Patrick
Jean Patrick
Foto: Instagram / Reprodução

Se trabalhar em promissoras startups sempre foi um sonho para muitos jovens profissionais, especialmente da área de Tecnologia, e muitas boas oportunidades foram abertas no segmento e abraçadas por eles, parece que, em um mundo em crise, com alta da inflação e dos juros e pressão dos investidores por resultados, a vida nas startups parece estar se tornando mais difícil. 

Embora o negócio de muitas startups tenha se acelerado durante a pandemia, novos desafios surgiram globalmente, impactando o ânimo dos investidores, e para sustentar a receita e manter resultados positivos, até mesmo os unicórnios, cujo valor de mercado situa-se a partir de R$ 1 bilhão, decidiram enxugar seus quadros ou congelar vagas.

Além dos cortes feitos pelas empresas, muito profissionais estão abandonando voluntariamente os seus cargos ou reavaliando sua permanência nas empresas em face da cobrança por metas muito arrojadas, que tem causado inclusive a Síndrome de Burnout. E perder talentos nunca é favorável. 

E aqui, falamos de colaboradores que valorizam, acima de tudo, as oportunidades de desenvolvimento, e que são, portanto, um ativo valioso no crescimento da empresa. 

Os valores da geração de millenials, que compõe boa parte do quadro das startups, ficam evidentes em pesquisa do Instituto Gen Z, segundo a qual 90,6% dos entrevistados querem oportunidades de desenvolvimento, e 75% buscam flexibilidade e equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho. Já a importância dos salários e benefícios é apontada por 59,4% deles, enquanto o respeito aos valores e cultura da empresa é indicado por 53,1%.

Sentirem-se estimulados, engajados de fato com o negócio, vendo espaço para crescer, sem comprometer a saúde física e mental, são, portanto, condições vitais para reter esses talentos, mais do que uma boa remuneração. 

Por outro lado, perder esses talentos, por conta da contingência de demissões ou devido a um ambiente pouco favorável à sua retenção, é algo que poderá demandar reavaliações mais adiante. Por isso, tanto quanto promover as inovações e adequações das startups a esse cenário de desafios, é fundamental desenvolver um trabalho cuidadoso de gestão de pessoas, entendendo quem são esses colaboradores, o que se pode esperar deles e o que eles esperam da companhia. 

Os líderes, em geral, usam uma abordagem única para falar com as pessoas, sem considerar as características e o perfil de cada uma delas, e quando os colaboradores se sentem incapazes de atingir as metas, principalmente quando elas são muito agressivas, isso pode desencadear estresse e até mesmo levar ao Burnout, além de provocar demissões. Por isso, a realização de um diagnóstico do perfil comportamental, para embasar as decisões e evitar medidas assoberbadas na gestão de pessoas, pode ser o primeiro passo para lidar com o problema. 

E, a partir daí, pode se criar um plano de ações que impacte positivamente a equipe, fidelizando os talentos que fazem a diferença no negócio. Afinal, o atual movimento de demissões nessas empresas não significa que os melhores talentos, mesmo estando fora da linha de cortes, permanecerão na empresa, porque sua permanência está muito mais pautada hoje na qualidade de vida e felicidade no trabalho, do que nas oportunidades existentes ou não no mercado.

(*) Jean Patrick é master coach e treinador comportamental, CEO e founder head coach do Instituto Jean Patrick.

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