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De uma vez por todas: afinal, qual é o melhor investimento?

Uma coisa de cada vez e tudo ao seu tempo: confira as dicas da especialista.

26 fev 2022 - 03h30
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Mari Ferreira
Mari Ferreira
Foto: Reprodução

Você já deve ter pesquisado na internet ou conversado com amigos e familiares sobre investimentos, mas a questão sobre qual é o melhor investimento nem sempre é respondida.

Existe uma razão para que cada um responda de forma diferente essa pergunta: contexto de vida!

Como somos ímpares, nossa individualidade não garante que o melhor para mim seja necessariamente o melhor para você. Então, é importante pensar no seu caso de forma única e especial. Vamos lá?

Quero que você acompanhe o passo a passo para descobrir, dentro da sua realidade, qual o melhor destino para seu dinheiro!

Vamos começar com o mais conhecido, poupança!

O ato de poupar, ou seja, salvar o dinheiro economizado, deve ser o primeiro passo. Com uma grana em mãos, começamos a buscar as opções de investimentos.

Se você ainda não tem uns tostões "sobrando", então deveria estudar nesse momento como equilibrar o orçamento para fazer sobrar, montar um planejamento financeiro, e na sequência começar a focar nos tipos de investimentos, ok? Uma coisa de cada vez e tudo ao seu tempo.

Qual é o melhor investimento?:

Mesmo que essa seja sua primeira reserva, ou um valor ainda menor que o equivalente a 6 meses de gastos, esse dinheiro pode ficar investido em corretoras, bancos físicos ou digitais (em alguns deles basta deixar o dinheiro na conta, que já começa a render, vale a pena pesquisar). O importante é que tenha liquidez diária, ou seja, fique disponível a qualquer momento que você precise, seja um investimento seguro, preferencialmente de renda fixa, e que você consiga o retorno de 100% do CDI - que vai mudando conforme a taxa Selic muda, vai se ajustando a economia do país, e você pode sempre consultar na internet quanto está rendendo no mês e no ano.

CDB e RDB podem ser uma boa, e são bem fáceis de adquirir, monitorar e resgatar quando necessário. São bem parecidos com as características da poupança (liquidez diária e segurança), mas com um potencial maior de rentabilidade.

Falando em CDB e RDB, quero te contar que podem ser usados não só para reservas de imprevistos, mas para médio prazo à baixíssimo risco, também!

O investimento deve ser escolhido com base no objetivo que temos para o dinheiro aplicado, acima dei o exemplo da primeira reserva, mas pode ser a compra de um celular, um carro, uma casa, aposentadoria e muitos mais, então saber o que fazer com a grana economizada e quando vai usá-la será importante.

Com o CDB e RDB, você pode ter um prazo para resgate e determinar por quanto tempo seu dinheiro vai ficar lá rendendo, para realizar, por exemplo, a viagem de férias do ano que vem, ou a compra do carro à vista em 2 anos. Em muitos casos esses investimentos tem valores mínimos, de R$ 500,00 ou R$ 1.000,00, mas como você só deve começar a investir neles após concluída sua reserva de emergência, você terá sim o suficiente para entrar.

Nem só de renda fixa se monta uma carteira, então conhecer os Fundos de Investimentos vai te ampliar possibilidades.

Eles são indicados de acordo com o risco que você topa correr e, novamente, pelo prazo. Há Fundos de baixo, médio e alto risco, sua rentabilidade e os altos e baixos (volatilidade) ficam bem visíveis quando você analisa os históricos de cada um, dentro da classificação de risco. Os menos voláteis costumam ser de baixo risco e, consequentemente, menos probabilidade de altos rendimentos. 

Os mais arriscados podem dar um retorno bem maior que a média da taxa de juros do país, no entanto, podem cair também, inclusive, se você precisar resgatar em um momento de baixa, pode sim receber menos do que investiu.

Eles são indicados para quem não tem muito conhecimento, tempo ou vontade de administrar diversos investimentos simultâneamente, já que no Fundo muitas pessoas investem juntas e a administradora é que tem o trabalho de acompanhar e gerir os ativos da melhor forma possível. É também indicado para equilibrar a carteira de investimentos, inclusive de investidores qualificados, já que consolidam múltiplos ativos dentro do mesmo fundo.

Quanto a prazo, seria bom entender quando você vai precisar do valor, já que os Fundos são recomendados para médio e longo prazo, devido a volatilidade. É interessante observar que a liquidez pode ser diária ou depois de alguns dias em relação a data de pedido de resgate, então se atente a isso, pois não possuem data de vencimento, apenas esse prazo de liberação do valor na conta.

A dica pra qualquer desses investimentos que tenha cobrança de Imposto de Renda, é permanecer nele o maior prazo possível, pois quanto mais tempo o valor fica aplicado, menor é a alíquota - o melhor cenário temos a partir de 2 anos, quando se cobra a alíquota mínima de 15% sobre o que rendeu no período. Então, tente se planejar mais para médio prazo, ok?

Já que estamos falamos de investimentos aqui, você já preencheu a Análise de Perfil do Investidor? Esse API é obrigatório para investir e são perguntas que determinam qual seu apetite a risco diante de situações diversas da economia, ou seja, quanto seu coração aguenta, e também sobre sua experiência anterior nesse tema. Além de obrigatório, ele é um ótimo norte pra você saber quais produtos podem compor sua carteira.

Falou de risco e não mencionou Ações, tem algo errado! Afinal, esse é considerado um investimento de alto risco, e até um jogo para alguns. E sim, investir em ações vicia! Para quem gosta de economia, está sempre ligado nas notícias e tem apetite a risco, é uma ótima, principalmente se tratando de longo prazo. Há quem faça compra e venda todo dia, mas quem investe por prazos mais longos, costuma ter maiores retornos.

Eu gosto de alertar meus clientes sobre um ponto, que é o boca a boca! Tem sempre um amigo que chega contando que ganhou 5 mil, 10 mil com uma venda, todo feliz e orgulhoso, e isso causa uma vontade instantânea de tentar fazer o mesmo, porém é muito provável que ele não comente todos as outras perdas do período, que costumam ser maiores que os ganhos pra quem vive como trader.

Então, a dica para escolher ações, se você é iniciante é a seguinte: escolha 3 ações de companhias com as quais você se identifica e dê uma olhada no desempenho delas nos últimos anos, meses, dias, durante perídos bons da economia, durante crises... Daí você compra algumas ações dessas companhias e segue monitorando e sentindo como você reage às altas e baixas diárias. Com o passar do tempo, se você tiver perfil, pode aumentar pouco a pouco as pesquisas e os investimentos.

Só lembra de deixar sua reserva de imprevistos intacta, ela não deve ser usada aqui, tá bom? Em ações ou qualquer outro investimneto de alto risco, você só deve aplicar valores que não farão falta em curto e médio prazo, no geral, uma parte pequena do seu patrimônio.

Tem muitos outros tipos de investimentos e vou trazendo aqui na coluna aos poucos, por hoje a ideia não é bagunçar sua cabeça com muitas informações e sim te incentivar a partir pra ação!

Preciso frisar que não dá pra ter tudo em um produto só, então alta rentabilidade, liquidez diária e zero risco, você só vai encontrar em golpes! Corra de promessas que pareçam boas demais para serem verdade, geralmente não são mesmo. No mais, é saber montar a carteira com equilíbrio, dentro do que você aguenta correr de risco e ficar contente com a rentabilidade que é possível, pois ela vai te ajudar a alcançar os objetivos traçados para cada investimento.

(*) Mari Ferreira é especialista em educação financeira, consultora, palestrante, criadora de conteúdo e autora do livro “Tostão Furado: Do Zero à Liberdade Financeira”.

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