Brasil faz parceria com coalizão climática para impulsionar crescimento sustentável
O Brasil anunciou uma parceria com a maior coalizão climática financeira do mundo nesta segunda-feira a fim de impulsionar o financiamento em energia limpa e os esforços para restaurar a natureza, como o reflorestamento da floresta amazônica.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se unirá à Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ) -- uma coalizão global de gestoras de ativos, bancos e seguradoras -- para mobilizar financiamento público e privado.
A parceria ecoa algumas iniciativas existentes para ajudar países, como um programa de 20 bilhões de dólares na Indonésia para eliminar gradualmente o carvão, embora o anúncio do Brasil não venha acompanhado de compromissos de investimentos bilionários.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, se recusou a divulgar um valor esperado para o investimento ou cronograma para seu lançamento, mas disse a repórteres que o governo irá agir com "urgência".
O anúncio ocorre em meio à tentativa de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir, nos próximos dois anos, papel central na liderança dos esforços climáticos globais, ao receber no país o grupo das maiores economias, G20, este ano e a cúpula climática da ONU (COP30) em 2025.
O copresidente da GFANZ, Mark Carney, ex-presidente do banco central da Inglaterra, comparou o programa a uma versão "mais ampla" dos esforços de financiamento da Just Energy Transition Partnership (JETP) para eliminar de forma gradual o carvão no Vietnã, Indonésia e África do Sul. A JETP é apoiada pelos Estados Unidos e outras nações ricas com financiamento público e privado, incluindo bancos de desenvolvimento multilaterais.
"Isso é muito mais amplo em toda a economia, ao contrário de apenas energia, e está avançando, em vez de lidar com ativos ociosos", disse Carney nos bastidores de um evento de finanças verdes em São Paulo.
Carney e Mercadante disseram que a plataforma de investimento será usada para expandir o já vasto setor de energia renovável do Brasil e projetos como o "Arco do Reflorestamento" que visa restaurar 60 mil quilômetros quadrados de floresta amazônica degradada ou destruída.