Acusados na Operação Zelotes afirmam que foram só lobistas
As defesas de acusados na Operação Zelotes afirmaram no primeiro dia de depoimentos que seus clientes estão sendo processados por terem atuados como lobistas, profissão que não é regulamentada no país. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.
Em um dos casos, a Polícia Federal investiga se o lobista Mauro Marcondes pagou propina a integrantes do governo para que houvesse a prorrogação de uma medida provisória favorável ao setor automotivo.
Marcondes disse à Folha que o lobby está sendo “criminalizado”, o que é “um desserviço ao Brasil”. Ele trabalha nessa área “desde a ditadura militar”.
Outra envolvida no processo, Maura Lúcia Montella, mulher do lobista Alexandre Paes dos Santos, disse que a ação do Ministério Público é uma “agressão” e que “os lobistas são profissionais altamente especializados”, além de que “o lobby faz parte da economia”.
O procurador da República no Distrito Federal, Frederico Paiva, negou que a denúncia tente criminalizar o lobby. De acordo com Paiva, existem evidências de que “parte do dinheiro” com ligação ao lobby “foi destinada a servidores públicos”. “Ninguém passa R$ 70 milhões para alguém para fazer reunião com segundo escalão de governo. E nem houve reuniões”, disse o procurador.