» Veja a seqüência de imagens da morte do ativistaOs líderes do G-8 condenaram hoje a violência registrada ontem nas ruas de Gênova, mas se mostraram determinados em continuar com suas reuniões em uma cidade comovida pela morte de um de seus jovens habitantes.
Às 7h10 de Brasília, novos enfrentamentos entre anarquistas e as forças policiais foram reiniciados em dois bairros longe do centro da cidade, confirmaram as autoridades policiais genovesas.
Segundo as fontes citadas pela ANSA, várias janelas foram quebradas nesses enfrentamentos. Os incidentes têm lugar perto da prisão de Marassi, em um bairro popular longe do centro da cidade, e no bairro de Quarto, também longe do porto da cidade, onde se hospedam os líderes do G-8.
"Nós, os líderes do G-8, expressamos nosso pesar e dor depois da morte, em Gênova ontem (sexta-feira", indica o comunicado emitido este sábado pela manhã na cidade italiana.
Os líderes do G-8, depois de afirmar que sempre respeitaram o "direito das pessoas ao protesto legítimo", condenaram, no entanto, "firme e totalmente a violência, que resultou em anarquia, de uma pequena minoria" em Gênova, assim como nos os encontros internacionais anteriores.
"É vitalmente importante que os líderes eleitos democraticamente, representantes legítimos de milhões de pessoas, possam se reunir para debater temas de preocupação comum", assinalaram os mandatários.
"Estamos firmemente decididos a continuar com nosso diálogo com os representantes da sociedade civil.
"Por nossa parte, continuaremos centrados nos temas que preocupam mais nossos povos e o mundo inteiro, como a economia, o trabalho, o comércio e a ajuda para as regiões mais pobres do planeta", acrescenta o comunicado.
"Por todas estas razões, nosso compromisso e nosso trabalho continuam", conclui o texto.
A agenda de trabalho para este sábado continua como o previsto, com reuniões sobre a luta contra a pobreza, o Oriente Médio e os Bálcãs, entre outros temas.
Por sua parte, a promotoria de Gênova informou que decidiu indiciar o policial que disparou mortalmente ontem contra Carlo Giuliani, de 23 anos, morador de Gênova e o principal protagonista da triste jornada de ontem, que deixou um saldo de mais de uma centena de feridos.
Giuliani, filho de um conhecido sindicalista da cidade, segundo a imprensa italiana, fazia parte de um grupo de jovens radicais. Ao tenar jogar um extintor contra a patrulha policial, caiu fulminado por um tiro e seu corpo foi atropelado pelo veículo.
Para este sábado estava prevista uma manifestação, em princípio pacífica, que espera reunir cerca de 100 mil pessoas. As organizaçõse que pedem o perdão da dívida do Terceiro Mundo são as principais convocantes, apesar de, conforme informações não confirmadas, algumas ONGs como "Drop the debt" (Cancelem a dívida) terem decidido abster-se da passeata por medo de um novo descontrole da situação.
Nas vizinhanças da zona vermelha, a estação ferroviária foi provisoriamente fechada às 6h00 de Brasília. Um agente explicou que, de qualquer maneira, é esperada a chegada de trens provenientes do exterior.
As ruas estavam de novo vazias no centro da cidade. As forças de segurança voltaram a se posicionar em diversos pontos e as indas e vindas de veículos policiais era cada vez mais intensa.
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