Urias estreia turnê do álbum 'CARRANCA'; veja datas

Cantora irá se apresentar em cinco datas, começando por São Paulo no próximo sábado, 15

Por: Gabriela Nangino (@gabinangino) / Rolling Stone Brasil

11 nov 2025 - 15h18

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Em outubro de 2025, chegou às plataformas digitais o álbum CARRANCA, da cantora e compositora mineira Urias. Com uma mudança ousada em estilo e composição, o disco revela uma face mais madura de Urias: ao longo das 14 faixas, a artista constrói reflexões importantes sobre identidade, ancestralidade e resistência.

Agora, ela anuncia oficialmente a sua nova turnê, com shows confirmados em quatro cidades brasileiras. A estreia será no próximo sábado, dia 15 de novembro, no Batekoo Festival, evento que celebra a cultura negra na capital paulista.

Depois, a cantora segue para a FASC 2026, em São Cristóvão-SE, no dia 21/11, e para Coquetel Molotov, em Recife-PE, em 06/12. Ainda, CARRANCA vai para o Festival Psica, em Belém-PA no dia 14/12, e retorna para um show em São Paulo no dia 20/12, na Audio.

"Esse show vai trazer uma experiência visual inovadora, que reflete o álbum sem deixar de lado a essência das minhas apresentações. Agora estamos dando um passo à frente, a estreia de CARRANCA adiciona uma nova camada", disse Urias em comunicado à imprensa.

Sobre CARRANCA

Após debutar com FÚRIA (2022), que mesclava gêneros como R&B e rap, Urias consolidou seu sucesso na indústria brasileira com HER MIND (2023) — que trouxe referências da eletrônica e é cantado inteiramente em inglês.

Em CARRANCA, a artista se reinventa completamente e prova a sua versatilidade na música. O disco é completamente singular, repleto de simbolismos religiosos e históricos. Segundo a própria Urias, seu desejo era criar um som "que ainda não existia".

O projeto inclui colaborações com Criolo, Don L, Major RD e Giovani Cidreira, e ainda é assinado por Rodrigo Gorky, Nave, Maffalda e Zebu. A direção criativa é de Ode, que carrega uma estética visual afro-surrealista e faz alusões a figuras terrenas, orixás e deuses.

"Eu chamo isso de transcorporeidade", explica Ode. "O filme é um exemplo de como trabalhar com materiais culturais sobre deuses e ancestrais também pode reproduzi-los de forma significativa, e que a autorrepresentação pode ser um caminho para a libertação das noções eurocêntricas e ocidentais de identidade."

Três interlúdios narrados por Marcinha do Corintho guiam a narrativa do disco, passeando por temas de liberdade, revolta e potência do amor. A introdução é uma metáfora: "A liberdade está dentro de uma casa na qual eu não posso entrar, um lugar ao qual eu não tenho acesso". A raiva se expressa no segundo ato, e o álbum se encerra mostrando ao ouvinte o caminho de volta para a Etiópia — que simboliza a origem, a Mãe Terra, onde a liberdade é verdadeira.

"Esses interlúdios se conectam diretamente com o tema central do disco. Eles funcionam como pontos de respiração e reflexão, mas também como guias para entender a narrativa maior da obra", contou Urias.

A ideia do título vem da carranca, escultura de madeira usada em embarcações para afastar maus espíritos. Na cultura afro-brasileira, esse objeto está ligada a Exu, orixá mensageiro entre o mundo material e espiritual.

A capa do álbum digital foi criada pelo artista plástico Isaac de Souza Sales. Segundo o desenhista, a base de sua pesquisa para construir esta imagem foi a pluralidade da diáspora africana. Ele buscou diversas formas de manifestações da cultura preta — como a música, cinema, literatura e história oral — e encontrou na ancestralidade respostas para questionamentos sobre o futuro.

A Rolling Stone Brasil conversou com a Urias sobre a nova fase da carreira em entrevista exclusiva. Assista abaixo:

https://youtu.be/AjjbD5zT5hY?si=jqkB6vEEjaYpkDkd